A PERSEGUIÇÃO. Capítulo 41 - Are you surprised?

Meia hora depois, Carolina entrou na ante-sala do gabinete do Sr. Hidaka.
- Sou Carolina Batista - anunciou ela para a secretária, sentindo um ímpeto de orgulho por ser capaz de usar seu verdadeiro nome outra vez - Tenho um encontro marcado com o Sr. Hidaka. 
Obedecendo às instruções que recebera, a secretária disse:
- O Sr. Hidaka está à sua espera. Entre, por favor.
- Obrigada.
Carolina respirou fundo, abriu a porta da sala e entrou. Parou no mesmo instante, ao perceber quem se encontrava ali. 
- Seja bem-vinda - disse Roberto Sato - Eu a esperava, Carolina.
Havia dois homens enormes parados nos lados da porta. Carolina continuou onde estava, rígida. Roberto olhou para os homens.
- Esperem lá fora. Quero falar a sós com minha sobrinha. 
Os dois homens saíram, fechando a porta. Roberto tornou a fitar a sobrinha, com uma expressão de intensa satisfação.
- Surpresa?
- Eu... onde.. onde está o Sr. Hidaka?
- Infelizmente, ele teve de ir embora. Mas não precisamos dele. Podemos resolver os problemas entre nós.
- Não tenho nada a falar com você.
- Tem, sim, minha cara sobrinha. Causou-me muitas dificuldades.
Carolina não disse nada.
- Lamento dizer, mas se comportou de uma forma horrível. Desgraçou a família.
- Se há alguma desgraça, o culpado é você. É um ladrão. Está tentando roubar a companhia que pertencia a meu pai.
- A companhia é minha. Sempre foi. Não se pode roubar de si mesmo.
- O que vai fazer comigo?
- O que fiz com seu pai. Ele era o ladrão. Sem a minha atuação, a companhia não teria tanto sucesso. E ele nunca apreciou o que eu fiz. Nunca! - A voz de Roberto transbordava de ódio. - Para ele, eu não passava do cunhado pobre, a quem jogava uma migalha. Pois essa migalha o sufocou até a morte! Deveria ter deixado a companhia para mim, pois era eu quem a merecia!
Roberto tremia de raiva, e percebeu-o de repente tratou de se controlar, com uma tremenda força de vontade.
- Mas isso é passado. Agora, devo pensar no meu futuro. Você está em meu caminho, Carolina. Por isso, deve desaparecer. Se quiser se comportar direito, providenciarei para que sua morte seja indolor, um acidente rápido.
Carolina continuou calada. Roberto foi até a porta, abriu-a, sem desviar os olhos de Carolina, enquanto dizia:
- Muito bem, podem levá-la.
O tenente Matt Brannigan entrou na sala.
- Bom dia, Sr. Sato.
Roberto virou-se, aturdido. Em vez dos seus dois capangas, era o detetive quem estava ali. E havia uma surpresa ainda maior. Por trás dele, surgiram Eduardo Hidaka e três agentes do FBI uniformizados com seus distintivos na mão. Os reconhecia muito bem! Chaz, Justin e um rapaz alto, loiro que Carolina não conhecia ainda. 
- O que... o que significa isso? - balbuciou Roberto - Por que ainda está aqui, Hidaka?
O Sr. Hidaka respondeu: 
- O tenente Brannigan pediu que eu ficasse.
Roberto virou-se para o detetive.
- Como se atreve a interferir nos negócios da minha companhia?
Havia indignação em sua voz.
- É sobre isso que quero lhe falar - disse o tenente Brannigan - Não é a sua companhia. Segundo a cópia do testamento que me foi mostrada, pertence a sua sobrinha.
A mente de Roberto trabalhava depressa.
- Hã... claro, claro. Mas a garota sofreu um colapso nervoso. Como sabe, assassinou um homem.
- Não, não sei - respondeu o tenente Brannigan - Só tenho a sua palavra a respeito.
- E que deve ser suficiente. Minha sobrinha precisa de cuidados médicos. Providenciarei para que os receba. Agora, devo pedir a todos que se retirem.

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