A PERSEGUIÇÃO. Capítulo 38 - Centro de Entretenimento dos Visitantes.

Foi no Centro de Entretenimento dos Visitantes que o problema começou. Carolina assistia a um número com animais, envolvendo aves e camundongos, quando sentiu que era observada. Virou-se casualmente e deparou com os olhos de um homem parado perto da entrada. O senso de perigo de Carolina se tornara bastante aguçado nas duas últimas semanas, e ela compreendeu no mesmo instante que aquele homem era um detetive. Havia dois outros homens com ele, que a um sinal seu se afastaram para bloquear as outras saídas do auditório. O detetive começou a avançar pela multidão para o lugar em que Carolina sentava. Não havia como escapar.
O número com os animais chegou ao fim. A platéia levantou-se, aplaudiu com o maior entusiasmo. A guia disse:
- Venham comigo, por favor.
Todos se encaminharam para a saída. Carolina seguiu para o lado oposto, dirigindo-se para o palco. O detetive tentava abrir caminho pela multidão para alcançá-la. Carolina subiu no palco. O treinador dos animais disse:
- Está indo na direção errada. Aqui é...
- Com licença, senhor.
Carolina descobriu-se nos bastidores, em meio a uma confusão de adereços e gaiolas com animais. Disparou por um corredor comprido, passou por uma porta, saindo para o sol forte. Olhou para trás, no momento em que o detetive também passava pela porta.
- Pare aí! - berrou o detetive, ao vê-la. 
Carolina desatou a correr. Contornou uma esquina e quase esbarrou num camelo.
- Ei, tome cuidado! - gritou o condutor do camelo.
Havia um prédio de concreto à frente, com uma luz vermelha faiscando por cima da porta. Carolina abriu-a e descobriu-se diante de uma segunda porta. Abriu-a também e entrou num estúdio enorme. Havia algumas pessoas paradas ali perto, e Carolina se adiantou, indo para o meio do grupo, na esperança de não ser descoberta por seus perseguidores. Uma mulher idosa estava parada ao lado de Carolina. Subitamente, um homem esfarrapado arrancou-lhe a bolsa e saiu correndo.
- Peguem o ladrão! - gritou a mulher.
Sem pensar, Carolina mergulhou para cima do homem e derrubou-o. O homem fitou-a, incrédulo.
- O que pensa que está fazendo? Isso não consta do roteiro!
Uma voz furiosa bradou:
- Corta!
Carolina virou-se, para descobrir que se encontrava diante de uma câmera. O diretor acrescentou:
- Tirem-na daqui! Vamos ter de filmar tudo de novo! 
E Carolina tratou de escapar. As ruas lá fora estavam apinhadas, mas Carolina não se sentia segura, nesse momento sentia-se mal por ter mandado Kenny ter ido embora, e por não ter avisado Justin onde ia. Se algo tiver de acontecer, que aconteça senhor! Irei fugir de todos os obstáculos, não me renderei a injustiça, Ken sabe onde me deixou e se Justin perguntar, saberá. Seus inimigos sabiam que ela se encontrava ali. No momento em que pensou nisso, avistou o detetive dobrando uma esquina. Carolina entrou num prédio grande, que parecia um armazém. O interior era um estranho museu, com milhares de adereços. Havia antigas espadas e modernas pistolas de laser, caminhões de bombeiros e fuselagens de aviões. Havia móveis antigos de todos os séculos e indumentárias dos tipos mais variados. Carolina deslocou-se para as sombras mais profundas, parou, o coração disparado, ficou escutando. Ouviu passos na entrada, mas que logo se afastaram. O detetive devia ter ido buscar ajuda.
Preciso sair daqui, pensou Carolina. Mas como? Dentro de poucos minutos, eles estarão vigiando todas as saídas. Fora encurralada. Seria capturada no momento em que tentasse escapar. Não podia deixar que isso acontecesse. Tinha um encontro com Eduardo Hidaka no dia seguinte.
Todas as saídas dos estúdios da Universal estavam sendo vigiadas. Kenny andava desesperado a procura de Carolina pelo parque e nada da garota surgir, Justin estava furioso com ele pelo vacilo. Detetives particulares, munidos com uma foto de Carolina, examinavam o rosto de cada pessoa que se retirava, quando pararam Kenny perguntando:
- O senhor conhece essa garota? 
Kenny olhou a sua volta e vira outros detetives questionando outras pessoas, não sabia o que responder. 
- Não. - hesitou. 
O detetive agradeceu e liberou que Kenny voltasse a andar, no mesmo instante telefonou para Justin.
- Justin!
- Achou ela? - perguntou desesperado. 
- Não, mas tenho uma novidade. 
- Qual? Diga rápido. 
- Há detetives por todas as partes a procura dela, agora o porquê eu não sei. Essa busca deles irá facilitar a minha busca por Carol. 
- NÃO, NÃO KENNY! SE ALGUM DETETIVE TE PARAR PERGUNTANDO SE VOCÊ A CONHECE, PELO AMOR DE DEUS DIGA QUE NÃO! E PELO CONTRÁRIO, ELES ESTÃO DISTANCIANDO CADA VEZ MAIS A SUA BUSCA POR ELA. KENNY CARALHO POR QUE VOCÊ A DEIXOU SOZINHA? - Bieber estava muito irritado.
- Vou continuar procurando-a bro. Me desculpe. - e desligou. 
Justin estava atordoado, como achar Carolina? Não poderia colocar seus detetives atrás dela pois a garota iria se esquivar pensando que era o tio. Não poderia constatar o FBI, avisando que estava ajudando-a que seria pior ainda, a ajuda seria por si e por Kenny, as duas únicas pessoas que Carolina conhecia e sabia que eram de extrema confiança. 
Era hora do almoço, e dezenas de atores e extras atravessavam a rua para o pequenos restaurantes nas proximidades. O detetive que fora o primeiro a avistar Carolina se mostrava impressionado com a variedade de trajes. Observou um príncipe hindu passar pelo portão, numa túnica suntuosa, seguido por um escravo núbio; havia um gigante e um anão; um patriarca bíblico e um palhaço com o rosto pintado. Ele não prestou muita atenção ao palhaço. Concentrava-se em procurar Carolina.

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