Assim que a porta do elevador de abriu e sai do mesmo, tendo visão de Alfredo a minha espera meu sorriso quase rasgou o meu rosto e uma sensação de alívio preencheu o meu peito. Como se ele fosse o meu ponto de paz e era isso o que eu estava precisando. Fui acolhida em um abraço apertado de urso e por um segundo pensei que fosse chorar.
- Que.sau.da.de. - Alfredo falou pausadamente e eu sorri.
- Nem me fale, o tempo passou muito devagar. Parece que faz anos e não um mês que não nos vemos.
- Oh não. Isso é uma lágrima marejando seus olhos? - Ele diz e eu dou-lhe meu riso enquanto sinto uma lágrima trilhar a maçã do meu rosto. - É saudade ou é aquela coisa de grávidas sentimentais? - Seria engraçado se não fosse trágico e eu tento não me sentir culpada por estar grávida.
- É saudade. - Afirmo. - Pedi que servissem nosso almoço em uma das mesas que há na areia com vista para o mar. O que acha? - Digo tentando desviar a tensão que pairou por alguns segundo entre nós.
- Ah. - Alfredo faz cara de insatisfeito. - Não há como almoçarmos com o Obama? Parece tão pouco almoçar em uma mesa na areia com vista para o mar. - Ele zomba e caímos na risada.
Saímos de mãos dadas cantarolando como duas crianças felizes, a saudade falando alto. Sentamo-nos na mesa e ficamos apreciando a bela vista proporcionada, fizemos pedidos de sucos e ficamos conversando como se a vida fosse boa e eu não tivesse problema algum. Até mesmo tive de aceitar o fato de Alfredo tirar uma foto minha assim que me fiz chateada por conta de uma brincadeira feita. Por um lado fora bom jogar conversa fora, descontrair. Mas por outro, estava me agoniando.
- Ele não sabe nada? - Pergunto para Alfredo ao mesmo tempo que mantenho meus olhos fixo na imensidão do mar. - Não sabe nem mesmo que estou em Los Angeles?
- Não. Eu não sabia se poderia contar, se você gostaria que ele soubesse de algo ou até mesmo que acabara de chegar. Mas assim que eu e você conversarmos, que você estiver mais calma, eu o aviso.
- Continue assim, sem ele saber. Por favor. - Abaixo o meu olhar, sentindo uma tristeza por ter que agir contra a minha vontade. Meus olhos se marejam, pois eu gostaria tanto de poder abraçá-lo novamente. Oh, Bieber.
Alfredo nada me disse, apenas um gesto bastou. Fui acolhida por seu abraço e senti que em seu colo os meus problemas estavam a salvo. Respirei fundo e agradeci a Deus, eu não poderia estar em outro lugar agora a não ser nos braços de Alfredo.
- Segure suas lágrimas meu anjo. Você é linda demais para chorar, mesmo que fique também muito linda chorando. - Rio fraco e ele me dá uma carícia.
Respiro fundo a fim de sessar as lágrimas. Acalmo-me, e então outros braços envolvem-me por trás. Assusto-me nos primeiros segundos, mas assim que sinto o perfume que eu jamais desconheceria, sinto-me em paz. Decido virar para corresponder o abraço, mas os braços se fortalecem me prendendo na mesma posição. Então sua voz diz no meu ouvido:
- Eu nunca irei deixar de acreditar em você. E eu nunca irei te abandonar.
Assim que me virei tive visão de Layla, e me levanto para araçá-la apertado. Sou grata por tê-la comigo. Não acredito que ela viajara para ficar ao meu lado, para me apoiar e não me deixar sozinha. Eu a amo tanto. Não me contenho e caio aos prantos enquanto sou acolhida por ela. Depois de alguns instantes nos recompomos e sentamo-nos a mesa com Alfredo, onde a mesma o cumprimentou sem conhecê-lo.
- Lay, este é Alfredo Flores amigo e tour manager do Justin.
- Prazer em conhecê-lo Alfredo, sou Layla. Melhor amiga e tour manager da Hágata. - Rimos.
- Prazer Layla, melhor amiga e tour manager da Hágata.
A minha tarde não poderia ter sido melhor, pois passei o tempo todo com duas pessoas que tanto gosto. Me diverti na maior parte do tempo, ri além do esperado e mantive os problemas bem distantes. Logo após o almoço que antes era a dois e se tornou a três, andamos pela praia. Jogamos conversa fora a tarde toda o que me fez muito bem.
Quando a noite foi se aproximando e sol foi se pondo, reunimos-nos em meu quarto, porém Alfredo não ficara muito então tratamos de nos despedir.
- Não tome decisões precipitadas e nem atitudes erradas. Eu, Layla e todos estaremos aqui com você.
- Obrigada. - A palavra saiu em um fio de voz, a vontade de chorar começara a me tomar.
- Não chore, corra em círculos. - E eu ri, eu ri, pois ele conseguiu me fazer rir em um momento como esse.
Assim que vi Alfredo sumir no corredor, fechei a porta do quarto e voltei minha atenção toda em Layla. Minha curiosidade estava quase me matando para saber como viera para ca e chegara comigo. Impossível ela ter vindo antes, pois na tarde do dia anterior eu estava em sua casa naquele momento dramático da minha vida.
- Agora me diga, como veio para Los Angeles e chegou aqui no mesmo horário?
- Enquanto você, querida, não atendia o celular o tempo todo desde que deixara minha casa, liguei no seu apartamento e seu avô atendeu. Perguntei por você e ele me contou que estava descansando para viajar a noite, contou-me até mesmo qual o voo que você ia pegar. Comprei também uma passagem e vim. Passei o voo todo te observando de longe e você não me viu.
- Credo. Parece até filme de espião ou sequestro. - Rimos.
- E para completar a minha missão Layla-Hágata, segui seu taxi até o hotel. Esperei que subissem com as suas coisas para que eu fizesse meu check-in. Fala aí, sou a melhor das melhores amigas. - Rimos e ela se gabou como sempre.
- Sai Layla, que medo. - Joguei-lhe um travesseiro e rimos. - Obrigada. - Sorri grata a ela por todo o esforço.
- Eu quero saber de tudo. Pois eu irei sim acreditar em você!
Sentei-me na cama, posicionando-me a sua frente. Respirei fundo e comecei. Contei para Layla todos os detalhes da noite que encontrei e conheci Justin na boate. Contei tudo sobre o final de semana que passei com ele. Contei-lhe tudo sobre eu e Bieber. Hágata e Justin. Há isso? Um nós? Não.
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