Trajando uma roupa sem muitas frescuras, não estou com paciência para me arrumar com mais tempo, uma calça jeans, uma camiseta e uma jaqueta me bastaram para que me sentisse bem e confortável comigo mesma. Eu só preciso pegar as minhas coisas, a minha filha e Pattie para poder ir.
Peguei uma bolsa, coloquei dentro todos os meus documentos, cartões, pediria dinheiro para o meu avô assim que saísse do quarto, carregador e celular, com o resto eu me viro, o que importa é eu ir o mais rápido possível.
Saio de meu quarto e dirijo-me para o quarto de Pattie para acordá-la.
- Pode entrar. – Ela diz assim que bati em sua porta, rápido até demais para quem está dormindo.
Abro e a vejo arrumando uma bolsa de mão com um sorriso no rosto e cara de sono, fico surpresa sobre o que ela estava fazendo já sabendo do que se trata.
- Seu avô me acordou. Só preciso vestir uma roupa, escovar os dentes e me arrumar. – Ela gesticulou seus dedos na região de seu rosto, avisando-me sobre sua maquiagem. Pattie está humorada e bem disposta.
Sorrio para ela e sem dizer nada a deixo sozinha novamente em seu quarto. Voltando para o meu para acordar Angelina e arrumá-la, vovô encontra comigo com uma quantia de dinheiro em mãos.
- Falei com a minha secretária, a empresa está providenciando agora mesmo um jatinho para vocês que estará pronto dentro de uma hora. Vocês irão com o piloto de helicóptero que chegará aqui dentro de 40 minutos. – Entregou-me o dinheiro em sua mão. Estou feliz por seu apoio e agilidade para me ajudar, ao mesmo tempo em que me preocupo com o tempo, eu preciso de Justin antes do que nunca. – Vou preparar algo para comerem, não quero acordar Mirtes, vá arrumar sua filha e passar algo em seu rosto minha neta, porque ele está inchado e seus olhos estão vermelhos. – Beijo rapidamente a bochecha de meu avô.
- Obrigada por tudo vovô.
Os vizinhos devem estar incomodados com o barulho que o helicóptero está fazendo, mas quem se importa quando eu estou com pressa. Sem mala alguma, apenas com nossas bolsas de mãos e a bolsa que carrego com pertences pessoais que Angelina pode precisar durante o voo, com a minha filha trajando seu pijama de macacão e bem alimentada após o rápido café da madrugada que tomamos, despeço-me de meu avô antes de entrar acompanhada de Pattie com a ajuda do copiloto por eu estar com a minha filha, dentro do helicóptero partindo rumo ao aeroporto aonde o jatinho do meu avô me espera.
- Cuidem-se. – Foi o que meu avô disse antes de partirmos.
Após a decolagem, já nos encontrando de maneira confortável nas poltronas, Angelina está ao meu lado com o seu assento inclinado, pronta para adormecer novamente. Pattie deitou-se em uma poltrona à minha frente, virada para mim, com seu fone de ouvido relaxando para pegar no sono também. Estou inquieta, não quero pegar no sono e muito menos consigo.
- Para onde estamos indo, mamãe?
- Encontrar com o papai, meu amor. – Digo acariciando seu rosto.
Angelina sorri, vira para o lado ajustando uma posição confortável e adormece. Parece-me que Pattie também pegara no sono, a fim de não incomodá-las com a luz que deixei acesa, apago-a e vou para a poltrona de trás. Sem ter o que fazer recordo que minha mãe pedira as fotos do dia de hoje, de ontem na verdade, pois já passara da meia-noite, e o faço, enviando para me pais via e-mail. Ajeito-me na poltrona e pego o diário de Justin para continuar lendo.
O tempo foi se esvaindo sem que eu percebesse, noto que ele se passou olhando a quantidade de páginas que eu havia lido depois de ter me sentado nesta poltrona. Passo a mão sobre o meu rosto limpando-o, já era esperado que eu fosse chorar. Ele sofreu tanto e por minha causa que meu coração se aperta cada vez mais. Oh Deus se eu soubesse que eu fosse causar tanto caos, não teria o feito. Eu quero guardar esse diário para mim, para sempre. Tantas fotos lindas da minha barriga crescendo, ele sem querer acabou me dando dois grandes presentes. Deu-me a minha filha que eu tanto amo, que nunca mais me vejo sem, e agora esse diário. Quase morri de felicidade quando ele escreveu-me que mandou copiar todas as nossas fotos de quando estávamos no Rio de Janeiro, pois ele as encontrou sem querer no meu quarto, nas minhas coisas.
Vejo que finalizei o diário e logo desejei que houvesse outros, afinal ele acabou na parte em que ele me conta do nascimento de Angelina. Meu rosto está inchado, meu queixo está úmido, pois as lágrimas escorriam e iam parar nele até caírem na minha blusa. É como se fosse um livro viciante, pelo qual esperamos pela estréia de sua continuação.
Querido diário!
Domingo, 29 de Junho de 2014, 01h55m, em casa, LA, Califa – EUA.
Eu tenho motivos por ter me ausentado esses dias, não há motivo melhor do que este. Caso você tenha lido tudo até chegar nessa página, a última, você acompanhou todo o meu sofrimento. Foi uma semana difícil. Sim, foi! Dei mais trabalho como de costume, festa, drogas e bebidas. Perdi o interesse em mulheres. Você sabe que tive as minhas necessidades estes últimos tempos, sou homem. Todas tão vazias que me fazem usá-las como objeto, infelizmente. Scooter, Pattie e Usher, perderam a vontade de me cobrar, eu não dou ouvidos a eles, mas reconheço o quanto eu me transformei, o quanto mudei para pior e você sabe, já que leu tudo. As beliebers, não gosto nem de lembrar, andam chateadas, mas não criticam tanto quanto a mídia. Eu já nem me importo mais com o que a mídia diz, eu até os ajudo, como por exemplo, agredi um paparazzo, ponto pra mídia. Eles não sabem nem metade de como eu me sinto e eu encontrei essa válvula de escape. Mas nada, nenhuma droga que sirva para me tirar desse mundo se compara com a paz que encontro ao seu lado. Eu amo e sempre amei passar meu tempo aí. Antes todos que me diziam para sair do hospital um pouco, parecem que imploram para que eu fique nele, assim não faço nada de errado e eu concordo. Está semana voltei ao Brasil para passá-la com você, parece que foi Deus que me mandou ir. Foi na quinta-feira de tarde que a luz do fim do meu túnel brilhou. Como percebido, eu nunca criei expectativas do bebê nascer, pois o meu medo de perder vocês dois sempre foi maior. Nunca procurei saber o sexo, nada além de saber se ele estava bem assim como você. Pensei que seria menos doloroso deixar de saber algo dele caso algo ruim acontecesse, as chances de um aborto espontâneo eram imensas. Foi então que nessa semana Dr. Gabriel chamou-me para conversar, não houve conversa melhor. O bebê continuava ótimo, mas haveria de nascer, ele se encontrava tão bem que seria bom tê-lo agora antes que algo acontecesse mais tarde e com toda certeza do mundo eu aceitei. Todos estavam tensos e nervosos de nossas famílias, houve quem pensou que o filho poderia não ser meu, houve quem se preocupou por ele nascer prematuro. Foi então que o meu presente de Deus nasceu, com 7 meses, no dia 26 de Junho de 2014 na tarde de uma quinta-feira. Participei do parto que foi de cesariana, óbvio, e quando vi Angelina pela primeira vez com seu chorinho agudo, não tive sombra de dúvida alguma de que era sim a minha filha, nossa filha! Os meus sonhos que já lhe contei eram reais, o bebê nasceria com os meus traços de criança. Mesmo tendo nascido com 7 meses, Angelina não apresentou problema algum de saúde e eu sou grato eternamente a Deus por isso e por tudo na verdade. Minha missão agora é cuidar de duas garotas, você e ela. Então eu rezo mais do que nunca para que você acorde logo para viver algo tão incrível como a vinda de nossa filha. Ela é linda! Se parece tanto comigo e com você, não sei dizer exatamente o que me faz lembrar de você nos traços dela, mas olho para ela e te vejo. Volta logo Hágata, venha para casa ser mãe, e se aceitar, ser a minha mulher.
Página 302.
Eu poderia morrer afogada nas minhas lágrimas. Não vejo a hora de chegar à LA, quero vê-lo e tê-lo para mim logo. Eu definitivamente o amo. Pensando a respeito, nervosa sem saber como será, penso sobre como iremos para a casa de Justin, talvez Pattie saiba. Não sei se quero que Justin saiba, é tarde para avisá-lo sobre a minha ida e receio dele não querer me ver. Espero que ele se encontre em casa e não em uma festa, eu ficaria arrasada e decepcionada. Depois de tantas revelações lidas, não o quero da mesma forma de jeito algum. Oh meu Deus, por favor, não o deixe estar em uma festa e que ele esteja bem.
“Fredo?” – Mando uma mensagem a Alfredo, torcendo a mil que ele esteja acordado. São 5 horas da manhã no horário do Brasil, em LA é 1 hora da manhã e pouco. Li a madrugada toda, embarcamos às 2 horas da manhã, Rio – LA é 13 horas de viagem, chegaremos por volta das 15 horas da tarde no horário do Brasil. Como LA são 4 horas a menos, chegaremos às 11 horas da manhã.
Após alguns poucos minutos de espera ele me responde.
“Oi minha linda J”
“Estou
no jatinho, indo para LA.”
“MENTIRA?”
“Verdade.
Preciso da sua ajuda.”
“O que é? Conte comigo.”
Conversei mais um pouco com Alfredo, combinamos sobre ele ir buscar a gente no aeroporto, sobre não dizer nada
a Justin até que eu ache que seja uma boa ideia ele saber da ida.
“Ele
saiu?” – Pergunto com medo da
resposta.
“Ele não sai nem mesmo da casa dele, Angel L”
“Eu
estou a caminho ♥”
“Chega logooo! Amo vocês.”
“Nós
também.”
Resolvi dormir, seria melhor do que chegar
cansada em Los Angeles. Voltei para a outra poltrona, a qual eu estava ao lado
da minha filha e ali adormeci.
- Filha, acorde querida. Nós chegamos! – Ouço
a voz doce de Pattie ao mesmo tempo em que sinto seu toque em meu braço. Abro
meus olhos com dificuldade acostumando-me com a claridade. Pensei em reclamar
do sono que senti no mesmo momento, dormi menos que ela, mas a ansiedade
por ver Justin e Alfredo é maior fazendo-me despertar.
Angelina já estava acordada e animada por
saber que ia ver o papai. Sorrio por ela e por mim, também estou animada.
- Alfredo ligou-me há pouco já que seu celular
não atende, dizendo que já está aqui com dois seguranças.
- Que bom. Falei com ele de madrugada.
Justin ainda não sabe que estamos aqui. Quero que seja uma surpresa.
- Vai ser lindo! – Ela comemora feliz.
- Eu espero. – Digo com medo, talvez Justin
não queira nem me ver em sua frente. Oh Deus.
Pegamos nossas coisas, agradeci o piloto e o
copiloto pela viagem tranquila que tivemos, caminhamos pela pista sendo
escoltadas pelos dois rapazes, meu avô os pediu que fizesse isso. Eles nos
acompanharam até o aeroclube, onde há uma sala pequena para proprietários de
jatos particulares.
Vi Alfredo e quase pulei em seu colo, estava
com saudade dele. Parece que a distancia aumenta a saudade de qualquer tempo.
- Alfredo meu querido, podemos passar e tomar
café em algum lugar? – Pattie pediu.
- Claro que podemos.
Encontrando-nos no carro de café da manhã
tomado, a caminho da casa de Justin sinto a minha barriga doer e uma leve
dorzinha incomodar a minha barriga. Não uma dor, mas um frio na mesma.
- Minha barriga dói. – Digo fazendo Pattie
sorrir animada.
- Borboletas no estômago isso se chama.
- Oh Deus. – Eles dão risada.
- Estamos chegando, pedi para Scooter fazer
com que Justin saia da casa e vá até o jardim com alguma desculpa.
- Scooter?
- Sim, eles estão lá.
- Eles quem? – Pergunto constrangida.
- Scooter, Usher, Yael com Jagger, todos
querem te ver.
- Não conheço Yael e nem Jagger. – Que
vergonha.
- Oh, você não sabe?
- Não sei o que? – A curiosidade me toma
conta.
- Scooter se casou e teve um bebê que é a
coisa mais linda. – Ele diz-me empolgado.
- Não acredito. – Surpreendo-me.
- Você irá conhecê-los.
Coloque essa música para tocar, dê play e volte a ler. All Of You- John Legend. (clique no nome da música e uma aba será aberta).
Chegamos a uma grande mansão, o carro é parado
na garagem que tem área para um grande jardim. O clima em Los Angeles não é um
dos melhores, é um da nublado, frio e chuvoso. No momento a chuva cai,
preocupando-me como iremos descer do carro. Então eu empalideço, vejo Justin
sair por uma grande porta de vidro vestindo uma calça de moletom e uma blusa de
moletom, descalço, encarando o carro intrigado de quem poderá ser. Meu estomago
revira, é agora. Abro a porta do carro antes de todos fazendo com que ele se
surpreenda.
- JUSTIN! – Grito por ele que sai na chuva
descalço, parando na mesma se molhando.
Por um segundo o meu mundo gira e a minha
única visão, meu único foco é o homem à minha frente. A adrenalina, o desespero
por tê-lo tomou-me conta, a chuva gelada caindo sobre nós dois só intensificou
a situação. Corri então em sua direção, eu preciso dele. Eu o amo, eu o quero
como nunca quis antes.
Sou rapidamente presa em seus braços,
prendo-me com meus braços ao redor de seu pescoço. Olho para os seus lábios que
estão tão próximos dos meus permitindo que eu ouça a sua respiração. Sem pensar
duas vezes eu o beijo. Beijo Justin como se fosse a última coisa que eu
precisasse fazer na minha vida, beijo Justin com urgência, beijo-o como se
fosse o nosso último beijo. Rapidamente sua língua da passagem para a minha em
um ato desesperado. Oh como eu precisava disto.
Com a respiração descompassada, nossos peitos
subindo e descendo na tentativa de recuperar o fôlego, com nossas testas unidas
permitindo-me ser encarada por um homem charmoso que é dono de um belo par de
mares castanhos.
- Eu não posso viver sem você. – Digo a mais
pura verdade, mas ao mesmo tempo receosa, talvez ele não queira o mesmo e eu
esteja passando por iludida.
Ele continua com seus olhos presos aos meus
deixando-me nervosa por alguma resposta, sinto seu polegar acariciar a minha
pele molhada e gelada. No momento encontramo-nos encharcados por conta da
chuva.
- Oh, Hágata, quanto tempo eu esperei ouvir
isso. – Meus olhos marejam ao ouvir suas palavras e então eu choro.
Abaixo meu olhar com medo de que ele me veja
chorando de emoção, sinto seus lábios no topo da minha cabeça enquanto seus
braços me envolvem de maneira com que eu fique presa nos mesmos, eu quero ficar
presa nestes por um bom e longo tempo.
- Eu te amo, Justin Bieber. – Volto então a
olhar em seus olhos.
- Eu te amo, Hágata Christian. – Outra lágrima
salta de meus olhos, mas creio que esta passa despercebida por conta dos pingos
da chuva.
- Eu vejo que você está chorando. – Ele diz ao
mesmo tempo em que passa o polegar debaixo do meu olho e dou risada.
- É a chuva. – Brinco.
- Sim, é a chuva. – Ele diz no mesmo tom.
Sou surpreendida por um beijo apaixonado de
Bieber, que me pegou desprevenida deixando-me completamente perdida de paixão
por ele. Eu definitivamente o amo, o amo com todas as minhas forças, com todo o
meu desejo, com todo o meu coração.
Ouvimos então assovios, aplausos, ao nosso
redor, fazendo então com que eu core. Olhamos em nossa volta checando quem
assoviava e aplaudia, estavam todos presentes fazendo com que meu sorriso quase
rasgasse o meu rosto.
- Papai, mamãe! – Angelina corre em nossa
direção gritando de felicidade.
Eu sou definitivamente, sem sombra de dúvidas,
uma das mulheres mais felizes e realizadas do mundo.
Eu poderia escrever aqui “e foram felizes para
sempre”, mas não é bem assim que a história termina. Para falar a verdade a
história nunca termina apenas depois que deixamos de existir nesse plano de
vida seguindo para outra longa jornada. E a minha jornada só está começando.
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NOTAS FINAIS:
Esse NÃO é o último capitulo. O que acharam? Já estou escrevendo a segunda temporada, simmmmm. E no dia que eu postar o último capitulo desta temporada, postarei nas notas finais a data de lançamento da segunda. Mas agora mudando o rumo da nossa conversa... Sinto falta dos comentários, que muitas leitoras deixaram de comentar por ser no blog. Eu sinto falta de vocês, que sumiram. Sei que estão comigo pelas estatísticas diárias, mostrando-me que continuam aqui por mim, por Hágata, por Justin e Angelina. Mas eu não quero vocês como números, isso é tão triste. Sinto falta das palavras carinhosas, falta de poder respondê-las. Espero que se mostrem presentes aqui embaixo como costumavam fazer. Decido então continuar postando aqui, e lá também. Caso um dia o site, ou a história venha a apagar ou algum acaso. Todos sabem a URL do meu blog, apenas saibam que eu sempre estarei lá, presente para todos. Sentindo falta dos leitores carinhosos. ♥
