A PERSEGUIÇÃO. Capítulo 42 - Condenando-se ao fim.

Ninguém fez qualquer movimento.
- Você está liquidado - comentou Justin Bieber.
- Liquidado? Mas do que está falando? Quem é você rapaz?
- Tenho um mandado de prisão contra você. Sou agente do FBI senhor. 
Roberto não podia acreditar.
- Minha prisão? Você enlouqueceu? Quais são as acusações?
- Quatro acusações de homicídio e uma de tentativa de homicídio.
- Mas isso é ridículo! - a mente de Roberto funcionava a toda velocidade, tentando calcular o que estava acontecendo - Está cometendo um erro terrível.
- Nada disso - respondeu o detetive - Você é que cometeu um erro. Falei com Theo Watanabe. Ele me contou que você já tinha conhecimento do testamento. Esperava que o Sr. Batista lhe deixasse metade da companhia. Quando descobriu que isso não aconteceria, decidiu se apoderar de tudo. E tramou o acidente com o avião. Depois, tentou remover o último obstáculo que ainda restava, Carolina. 
- Você ficou louco! 
- No início desta manhã, o Sr. Hidaka e eu conversamos sobre o seu plano de atrair Carolina até aqui, para um encontro que jamais ocorreria. Esperei fora do prédio e tive uma longa conversa com Carolina, quando ela chegou.
Roberto Sato começava a recuperar a confiança. Não importava o que eles suspeitavam. Aqueles idiotas não dispunham de qualquer prova. Fora mais esperto do que todos.
- Deu ouvidos a uma garota com um desequilíbrio mental. Não existe nenhuma prova.
- Está enganado! 
Foi Carolina quem falou. Ela meteu a mão no bolso, tirou um pequeno gravador. Apertou um botão e a voz de Roberto soou no silêncio da sala:
- A companhia é minha. Sempre foi. Não se pode roubar de si mesmo.
Roberto empalideceu.
- O que vai fazer comigo?
- O que fiz com seu pai. Ele era o ladrão...
Todos se mantinham imóveis, escutando Roberto condenar a si próprio. 
- ...Você está em meu caminho, Carolina. Por isso, deve desaparecer. Se quiser se comportar direito, providenciarei para que sua morte seja indolor, um acidente rápido.
Carolina desligou o gravador. Havia um silêncio profundo na sala. Todos olhavam para Roberto Sato. Ele tentou falar. 
- Eu... eu...
Mas não havia mais nada que pudesse dizer. O gravador já dissera tudo. O tenente Brannigan virou-se para dois agentes.
- Eu o levarei de volta a Nova York esta tarde.
Charles Sommers e Ryan Butler tiraram Roberto da sala. O detetive Tenente Brannigan e Eduardo Hidaka se retiraram da sala deixando Justin e Carolina a sós a pedido da garota e do rapaz. Assim que a porta da sala fora fechada, a menina correu para os braços de Justin para um longo abraço confortável. 
- Você não sabe o quanto eu fiquei preocupado com você Carolina. Eu não sabia o que fazer, até em que... - as palavras ficaram no ar, acariciando os cabelos da garota que permanecia em seus braços. 
- Nada mais importa, eu estou aqui agora, com você finalmente. - encarando os belos olhos de cor caramelo do rapaz - Eu senti falta da sua proteção durante todo o sufoco ontem. 
- Eu também senti a sua falta, pensei que não fosse te localizar tão cedo. - abraçando-a com mais intensidade, grudando mais ainda seus corpos.
- O que vai acontecer com ele agora? - indagou Carolina. 
- Será levado a julgamento e considerado culpado. Sua própria voz o condenará. A gravação saiu perfeita. 
- Nem podia ser de outra forma. - declarou Carolina, orgulhosa - O gravador foi fabricado pelas Indústrias Batista.
Pouco depois, os quatro tomavam chá no refeitório particular de Eduardo Hidaka. Carolina virou-se para o agente Justin e para o tenente Brannigan.
- Não sei como poderei algum dia lhes retribuir. Quem sabe se algum dia não possa visitar o Brasil, Justin? E você também Sr. Brannigan com sua esposa, como meus convidados?
Os dois rapazes sorriam. Justin não queria que Carolina fosse embora, sentia-se mal por saber que não teria a companhia da bela garota junto a ele nas noites frias ou quentes para dormir, não teria a companhia dela para rir de suas piadas mais idiotas em uma viagem louca de carro, que não poderia mais beijar aquela boca carnuda que tanto o atraia nos últimos dias. 
- Eu bem que gostaria. - Brannigan refletiu no quão perto estivera de despachar aquela jovem para a morte e acrescentou: - Gostaria muito. 
- Quais são seus planos agora, Ca meu anjo? - perguntou Eduardo. 
Carolina automaticamente levantou seu olhar triste para Justin, com uma expressão vazia no rosto, abaixou a cabeça e fechou os olhos por 4 segundos refletindo ao mesmo tempo  em que soltou um longo suspiro. Levantou a cabeça novamente se direcionando ao Sr. Eduardo.
- Quero levar as cinzas de meu pai e minha mãe para o Brasil, e providenciar um funeral apropriado.
Eduardo Hidaka acenou com a cabeça.
- Cuidarei para que sejam trazidas de Nova York para cá imediatamente. Um avião a levará a São Paulo no momento em que desejar. Há mais alguma coisa que eu possa fazer por você?
Carolina pensou por um momento e nos mesmo instante viu a imagem de Charles surgir pela janela, na cortina entre aberta, passando pelo corredor sem expressão alguma. 
- Há, sim. Existe um capataz trabalhando na fábrica em Nova York, que se chama Lil Twist. Quero que ele seja despedido. 
Eduardo escreveu a anotação. 
- Mais alguma coisa?
- Só uma. - Carolina tirou um tíquete de penhor do bolso, entregou-o a Eduardo Hidaka. - Eu gostaria de recuperar o relógio que meu pai me deu. 

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