SECOND SEASON - A Perseguição. Capítulo 5 - Daddy.

Fanfic / Fanfiction de Ian Somerhalder - SECOND SEASON. A Perseguição. - Capítulo 5 - Daddy.

Pov. Carolina.
Assim que Justin foi embora uma ideia se passa pela minha cabeça. Esperei um tempo para ter certeza de que ele não se lembrou de voltar e buscar suas compras. Desejei boa noite para Anne e a dispensei para ir dormir. Preparei uma muda de roupa para o dia seguinte, sem tempo para tomar um banho e trocar de roupa, ele ainda deve estar no aeroporto. Por fim deixo um bilhete para Anne, caso ela me procure no dia seguinte. Por que deixar para o dia seguinte sendo que a minha vontade de vê-lo é imediata?
— Suas compras estão na minha geladeira. — Digo assim que ele atende o celular. Ouço-o bufar atrás da linha por ter se esquecido.
— Estou voltando aí para buscar. — Agradeço mentalmente por ele dizer que está voltando, afinal ele poderia dizer que buscaria as coisas no dia seguinte.
— Ok. — Respondo animada e desligo antes que ele diga mais alguma coisa.
Compras do Justin em mãos, minha bolsa com documentos, dinheiro, carregador do celular e do laptop, escova de dente, celular e o laptop, dentro, uma troca de roupa para o dia seguinte debaixo do braço, assim estou eu, à espera de Justin na portaria.
— Aonde vai? — O porteiro indaga.
— Apartamento de Carolina Batista. — Ouço a voz de Justin.
— Ela está saindo aqui, aguarde um instante.
O porteiro abre o portão para mim, passo pelo mesmo e desço poucas escadas, parando então no segundo e último portão onde Justin está a minha espera. Ele se surpreende por ver suas compras, minha bolsa e uma troca de roupa comigo.
— Você esqueceu suas compras, e eu, em casa. — Sorrio acanhada a ele que me devolve um belo sorriso, balançando a cabeça negativamente.
Justin pega suas compras e a minha bolsa, carregando tudo até seu carro que está parado na frente da portaria. Ele guarda as coisas na porta malas, e vejo que há alguém no banco da frente.
— Ryan acorde. — Justin balança o braço de seu amigo que acorda com o movimento. — Vá para o banco de trás.
— Mas estou deitado aqui. — Ouço uma voz conhecida reclamar, Charles.
— CHARLES! — Comemoro e Justin me olha bravo.
— Não grita, já é tarde. — Ele me repreende rápido.
— Carol? — Vejo Charles se levantar com dificuldade, abro a porta traseira para vê-lo melhor, seu braço esquerdo está enfaixado. E então seu sorriso se alarga por me ver. — Carol! — Balanço a cabeça afirmando sua exclamação, concordando que sim, sou eu a Carol.
— Te abraço na casa de Justin. — Digo animada assim que vejo o tal Ryan, sonolento, indo para o banco traseiro.
Tomo meu lugar no banco de passageiro ao lado de Justin que está dirigindo atentamente. Conversei com Charles o caminho todo, enquanto Ryan, o amigo deles, dormia. Reconheci a casa quando dobramos a rua do condomínio, a grande mansão Bieber, quanto tempo.
— Quer ajuda? — Pergunto por ver o braço de Chaz, esqueci-me de perguntar o que aconteceu.
— Não precisa. — Ele desce do veículo e me abraça com cautela. — Que saudade de você criança. — Rio e mostro a língua. — Você está linda!
— Obrigada.
— Olá Carol, sou Ryan, ajudei a te salvar e estou morrendo de sono. A gente se fala amanhã gata. — Ryan bêbado de sono, pisca para mim adentrando na casa, deixando-me rindo pela cena.
Um brutamonte, certamente o segurança, aparece e ajuda Justin com as malas dos rapazes, recolho o que é meu e também as sacolas de compra. A casa continua a mesma, do jeito que eu havia visto pela última vez e sorrio por isso matando a saudade. Deixo as compras sobre uma mesa, e uma empregada que desconheço recolhe-as e as guarda.
— Preciso de um banho e um pijama. — Falo ao ver Justin pela porta aberta de seu quarto, sendo a única porta aberta de todo o corredor.
— Pode entrar, vou pegar para você. Apenas feche a porta, por favor, acabei de ligar o ar condicionado. — O faço.
O quarto está igual também, parece que tanto tempo se passou ao mesmo tempo em que parece que foi ontem que estive aqui, é confuso. Sinto-me à-vontade como estive da outra vez. Justin volta do closet com uma de suas camisetas grandes em mãos e uma calcinha limpa. Uma calcinha limpa?
— É sua. Apenas está limpa, foram as que a gente comprou quando esteve aqui, não se preocupe. — Ele diz divertido, afinal estranhei quando vi a calcinha e devo ter deixado isso explicito em minha expressão. — As roupas que deixou aqui na minha casa, estão todas no meu closet. Não deixei que jogassem fora. — Sorrio com o que ouço, ele é incrível, não dá para crer. — Pode ir primeiro.
Entro no banheiro, tomando então o banho antes dele. Deixarei para lavar o cabelo amanhã de manhã. Não gosto de dormir com o cabelo molhado, me dá angustia o travesseiro úmido em meu rosto. Saio trocada do banheiro. Vejo-o entrar no mesmo deixando-me a só e em espera no quarto.
Não resisto em fechar os olhos, a cama macia e confortável juntamente com o ar gelando o ambiente só me fazem relaxar e querer dormir de tão gostoso que está. Fico feliz por estar aqui, feliz por estar na companhia dele, sentindo-me segura e protegida, feliz por estar de volta. Ouço a porta de o banheiro ser aberta, também o ouço apagar as luzes com o barulho do interruptor e sinto a cama afundar do meu lado esquerdo. Abro os olhos com dificuldade, pois estou com sono, mas está tudo completamente escuro não me dando visão alguma.
Sinto sua mão tocar meu rosto, fecho meus olhos contemplando seu toque. Pelo movimento leve do colchão se afundando ao meu lado, sei que ele está se aproximando. Sinto então seus lábios selando os meus de forma leve. Talvez ele pense que estou dormindo, e continuo imóvel.
Minha mão direita por estar por cima do meu corpo, afinal estou deitada de lado, pousa na nuca de Justin quando sinto ele se afastando, impedindo o ato. Colo nossos lábios novamente dando início a um beijo calmo e curto.
— Boa noite. — Ele diz em tom de sussurro, então apenas aproximo-me e deito minha cabeça em seu peito enquanto seus braços envolvem a minha cintura. Eu não poderia estar mais segura.
No dia seguinte ouço meu celular tocar freneticamente, reconhecendo-o pelo toque, praguejo mentalmente por não tê-lo deixado no modo silencioso e dentro da minha bolsa. Com dificuldade abro meus olhos, estico-me para pegá-lo e o atendo ao mesmo tempo em que sinto as mãos de Justin a minha volta, direciono meu olhar a ele e o vejo dormindo serenamente. Dorme tão lindo como um anjo, concluo.
— Bom dia Carolina.
— Bom dia, Eduardo Holmes. Acordou-me!
— Oh, desculpe-me. Pensei que estivesse acordada.
— Diga. — Suspiro fundo, ainda com sono.
— Liguei em seu apartamento e Anne atendeu dizendo que não estava em casa, pensei que havia saído.
— Não. Eu dormi fora. Mas diga o que há por ter me ligado?
— Ligando para dizer que hoje chegará uma encomenda em seu apartamento, quando chegar e abri-la me ligue. Tenha um bom dia e desculpe por acordá-la.
Desligo em sua cara antes mesmo de respondê-lo, medo e preocupações me tomam logo cedo, eu definitivamente não precisava disso. Uma encomenda, o que deve ser? Estou aflita. Olha para Justin, contemplando-o. Por que tão lindo? Seus braços apertam minha cintura, ele acordara.
— Bom dia. — Digo animada. Ele me puxa ainda de olhos fechados e sela nossos lábios. Oh, fui pega incrivelmente de surpresa.
— Agora sim, bom dia. — Seus olhos se abrem dando-me visão de seu belo par do mar de caramelos e sorrio, por um instante esquecendo a ligação de Eduardo. — Quem era?
— Se acertar, dou-lhe um beijo.
— Holmes? — Ele diz e eu o beijo, fazendo-nos rir.
— Só você para me fazer rir em um momento desses. — Digo a mais pura verdade fazendo-o sorrir com o que eu disse.
— O que ele quis?
— Disse que há uma encomenda que irei receber hoje, assim que eu receber e abri-la é para eu ligar para ele. — Um frio corre pela minha espinha.
— Estarei com você.
— Não é necessário, apenas me leve e passe o dia com os meninos. Eles estão aqui por sua causa.
— Não seja por isso. — Ele sela nossos lábios novamente, surpreendida novamente, wow.
— Estou com fome.
— Então somos dois. Vista um roupão, vamos descer. — Assinto e assim o faço quando nos levantamos.
Arrumo meu cabelo em um coque alto, meu cabelo está desgrenhado. Justin dormira de cueca, foi uma pena eu estar com sono ontem à noite quando nos beijamos antes de dormir, logo penso ao analisar seu novo abdome, oh céus, os anos se passaram e ele continua irresistível. Trajando um roupão também, ele me puxa pela cintura de repente e sela nossos lábios, dando inicio a um beijo. Que belas surpresas vindas de Bieber estou tendo, uau.
— Eu não escovei os dentes, seu nojento. — Digo assim que paramos de nos beijar.
— Tonta. — Ele ri.
— Não faça mais isso. — Tento ficar brava, mas estou feliz por tê-lo.
— Você está linda assim, sabia? — Ele abraça minha cintura pelas costas e deixamos seu quarto andando de tal jeito. Temos certeza que realmente nos reencontramos ontem? Parece que não deixamos de nos ver todos esses anos, e parece também que somos um belo casal acordando feliz, juntos, pela manhã.
Tomamos desjejum a dois, infelizmente não pude desfrutar dos waffles que eu pediria para Anne ter feito. Graças a Justin e seu bom humor que me fizeram esquecer o meu medo, tive uma refeição boa e calma. Os rapazes ainda dormiam, arrumei-me e Justin decidiu me levar para o apartamento.
O caminho parecia embrulhar meu estomago a cada vez que o carro avançava um sinaleiro que se abria. O que está por acontecer? Dentro do elevador, afinal Bieber fez questão de subir comigo, e armado, para checar se está tudo bem, apertei sua mão quando ia abrir a porta.
— Bom dia dona Carolina. — Anne nos cumprimentou com um sorriso no rosto. — Sr. Holmes ligou hoje cedo, perguntando se uma encomenda havia chego e se a senhorita havia a aberto. Então lhe contei que havia deixado um bilhete dizendo que não estava no apartamento.
— Ah sim, sem problemas. — Digo nervosa, tentando transparecer calmaria enquanto Justin apertava minha mão firmemente relembrando-me que ainda está comigo.
— Sua encomenda está sobre a mesa de centro. — Apontou para a sala de estar. — Vou terminar de fazer a minha refeição. Já comeram o desjejum? — Digo que sim com a cabeça e em seguida Anne vai para a cozinha.
Não me preocupei com nada, nem mesmo em corrigir Anne por ter me chamado de senhorita, apenas estou aflita e com medo.  Olho para Justin que me lança um olhar indicando para prosseguirmos até a caixa. Aproximo-me da mesma e ele mantem a mão em sua cintura, onde sua arma está escondida. Há também outra em suas costas e uma em seu tornozelo, mas seus trajes as escodem.
— Com cuidado. — Ele me aconselha e assim faço.
Abro a mesma e dentro há apenas um gravador enrolado em uma fita vermelha formando um laço bonito. Há uma caixa de pilha, lacrada, e um bilhete dizendo “Coloque as pilhas para ouvir”. Justin se senta ao meu lado, nervosa e incapaz de colocar as pilhas, ele faz isso por mim. Quando feito, o gravador é ligado e ele aperta o botão play.
— Olá filha. — A voz de meu pai ecoa pelo gravador tomando-me de susto e levo minha mãe até a minha boca, incrédula. — É o papai, meu amor. Antes de tudo não quero que se assuste. Confie em mim. — Ele diz calmo. — Você confia em mim, não confia? Se acalme. — E o faço, parece que estamos conversando ou que ele está me vendo enquanto diz tais coisas. — Um pouco mais calma? — Sua voz ecoa novamente e assinto para mim mesma. — Se você está ouvindo isso é porque provavelmente eu já me fui junto de sua mãe, e porque você conseguiu e está viva a salvo. — Ouço o suspirar fundo. — Peço desculpa por tudo o que tenha passado, não consigo nem imaginar. Mas sempre acreditei em seu potencial, em sua força e sabia que conseguiria sair dessa. Conhecendo-te tão bem quanto teu próprio pai... — Ele ri falando de si mesmo. — Você deve estar trabalhando muito, amarga da vida e se sentindo sozinha. Não é mesmo minha filha? — Lágrimas escorrem de meus olhos e assinto novamente sua pergunta. — Eu sabia que isso ia acontecer. Você está em uma linda cidade, não? Pedi para que Holmes providenciasse um belo lugar que você gostasse, e um belo apartamento que a faça se sentir confortável, tudo o que você merecer para descansar longe do trabalho um pouco. — Aperto a mão de Justin que está entrelaçada na minha enquanto eu choro em silencio, ouvindo a voz de meu pai soando como melodia para os meus ouvidos.
Justin não está entendo nada devido ao idioma diferente, mas por ver meu estado, acolhe-me em um abraço apertado. Sussurro para ele que parece confuso, “É meu pai, está tudo bem” e ele assente ficando assustado e surpreendendo-se como eu. Volto então a ouvir meu pai.
— Peço que não fique com raiva de mim, você certamente pensara que eu poderia ter evitado tudo o que aconteceu, mas você me conhece. Eu não posso mudar os planos de Deus, tudo o que irá acontecer será porque está predestinado a acontecer, ou como você está ouvindo este áudio no futuro, tudo aconteceu por vontade de Deus. Sua tia soube do plano de seu tio e contou-me, só não sabia quando ele iria fazer algo contra mim, mas eu hei de saber em breve, ele não perdera oportunidades. Eis então que eu não a deixarei sofrer, você é uma das melhores coisas que me aconteceu, uma das melhores porque a outra melhor coisa que me aconteceu foi sua mãe, minhas duas e únicas melhores coisas da vida. O testamento que provavelmente você já tem conhecimento, o fiz e deixei com Theo, o nosso advogado. — Theo Abraham, o advogado e amigo da família que revelara a meu tio o testamento de meu pai que deixara toda a herança para mim. — Theo e Eduardo já sabem, aliás, estou contando com a ajuda deles para cumprir parte da minha missão após a minha vida. Que é cuidar da sua. Sempre estarei cuidando de você, de onde quer que eu e sua mãe estejamos, estaremos olhando e cuidando de você. — Meu rosto está encharcado com cada revelação dita por meu pai. — Nada e nem ninguém pode mudar o que vai acontecer, ou o que aconteceu, a não ser Deus. Eu escrevi cartas, você as receberá dentro de alguns dias, uma de cada vez. São muitas cartas, não lhe direi quantas, se não, não haverá graça em meu plano. Quando for a ultima, saberá. Você deve estar provavelmente assustada, talvez Eduardo tenha agido estranho, ele fica nervoso quando tem que guardar um segredo importante, aprenda isso, ele será seu melhor amigo. — Ele ri. — Se ele estiver estranho, não se preocupe, é por isso, por causa dessa surpresa. Por causa do nosso segredo. Não culpe a mim e nem a ninguém por tudo o que aconteceu, Deus sabe o que faz. — Ele funga, está chorando na gravação e eu choro mais um pouco junto com ele. — Você deve estar uma linda mulher, sei que está e parabéns por sempre manter eu e sua mãe orgulhosos de você. Parabéns por cuidar da nossa, da sua, empresa. Sei que está fazendo um bom trabalho, é sangue do meu sangue, não há o que negar, por isso tanto talento. — Ele ri ao mesmo tempo em que choramos juntos. — Não se preocupe, tire um tempo pra você, desligue-se o quanto puder da empresa para curtir um pouco. Você não deve curtir a tempos, não é? — Assinto chorando mais ainda. — Sei que sim. — Concorda comigo como se estivéssemos partilhando um diálogo. — A partir de agora fica revelado o segredo. Agradeça Holmes e Abraham por serem as melhores pessoas que já conheci, guarde-os, serão ótimos anjos protetores para você, pois foram para mim. Amo você minha filha! Até alguns dias em nossas cartas. Eu amo você com toda a minha vida e com toda a minha força.
A gravação acaba e meu estado emocional está devastado. Que saudade dele, que saudade eu estava de ouvir sua voz. Não acredito que ele tenha feito isso, que tenha pensado nessa surpresa. Oh meu Deus, imaginei tantas coisas ruins, vindas de Holmes e terceiros, quando na verdade era um segredo de meu pai. Agora está tudo bem. Rio sem vida, desacreditando que meu pai pensara em tudo. E não, eu não o culpo, não culpo ninguém, eu o conheço e devo saber que sua fé sempre foi maior do que qualquer coisa. Não vou pensar que algo poderia ser feito para evitar toda essa circunstancia, meu pai soube de cada passo dado. Eu o amo, eu amo os meus pais. 

SECOND SEASON - A Perseguição. Capítulo 4 - We have each other.

Fanfic / Fanfiction de Ian Somerhalder - SECOND SEASON. A Perseguição. - Capítulo 4 - We have each other.

— Por favor, não deixe de ligar.
Estamos tímidos ou o que? Talvez o fato de fazer anos que não nos vemos esteja deixando-nos para baixo, porque eu estou para baixo, gostaria de tê-lo visto antes. Três anos se passaram e a gente se encontra por acaso depois de tanto tempo em um supermercado, que ridículo. Eu deveria ter ligado com certeza eu deveria ter ligado. Oh Carolina, por que não ligou? Teria evitado tal constrangimento. Mas o tempo, o tempo passou, não sabia que ele poderia se encontrar em Los Angeles e não sabia que ele gostaria de tê-la visto.
— O que faz aqui? — Talvez também constrangido, ele tenta puxar assunto e o agradeço milhares de vezes mentalmente.
— Sr. Holmes obrigou-me a vir de última hora para tirar um “tempo” para mim. — Torço a boca ao dizer tempo por lembrar-me de que deve haver certo mistério por trás dessa viagem repentina.
— O que foi? — Preocupou-se. — Aconteceu algo?
— Não aconteceu nada. — Sorrio tentando transparecer confiança. — Apenas irritada por ter deixado meu trabalho para viajar, ando bastante focada.
— Imagino.
— E você, o que me conta? — Desvio o assunto.
— Trabalhando bastante, você sabe né. — Recordo-me então quando o vi mostrando seu distintivo do FBI no escritório do Sr. Holmes, no dia da prisão de meu tio.
— Entendo. Como está Charles, Kenny?
— Era com Chaz que eu estava falando agora no telefone, certamente ele está bem puto por eu ter desligado na cara dele. — Damos risada. — Está bem, continua o mesmo. E Kenny não trabalha mais para mim, porém continuamos amigos.
— Diga que mandei abraços a eles, e que estou com saudade. — Sem jeito pago as minhas compras, não quero me desfazer dele.
— Vai fazer o que hoje? — Santa e amada pergunta, há centenas de borboletas voando de um lado para o outro no meu estômago por conta dessa bendita pergunta. Ele quer me ver? Será que ele quer me ver? Oh Deus, estou parecendo uma adolescente.
— Nada que eu saiba.
— Vamos fazer algo, por favor. Estou com saudade e quero saber das novidades.
— Pode ser. Você tem meu número. — Sorrio a ele e recolho minhas sacolas do caixa.
— Deixa que eu te ajude. — Ele pega algumas sacolas de minhas mãos.
— Não precisa. — Digo sem jeito, mas ele não me ouve, Justin sendo o Justin que eu conheci.
Caminhamos juntos até o estacionamento, abro o porta-malas do meu carro e com sua ajuda coloco as coisas. Posso coloca-lo também dentro do veículo?
— Agora você tem um carro. — Dou risada.
— É agora tenho um carro.
— Onde está ficando?
— Em um apartamento alugado. — Ele sorri contente por mim. — Posso te perguntar algo e pedir uma coisa? — Digo vencendo meu nervosismo e timidez.
— E você ainda pergunta Carolina? — Sorrio por ouvir isso vindo dele.
— Quer ir lá para o meu apartamento, passar à tarde? Eu já almocei, mas podemos fazer algo caso não tenha almoçado ainda. A não ser que tenha algo para fazer. — Fico nervosa. — Se dizer que tem algo para fazer, eu provavelmente inventarei nos próximos segundos alguma desculpa bem lixo para não parecer rejeitada. — Ele ri e eu o acompanho completamente sem graça e nervosa. O que há comigo?
— Com todo prazer digo que não tenho nada para fazer agora a tarde, então não se preocupe em inventar uma desculpa para não parecer rejeita. — Rimos. — Vou com meu carro atrás do seu. — Justin beija minha bochecha e me deixa abobada.
Quase impossível ouvir as instruções de rota do meu GPS para o caminho do apartamento, meu coração bate rápido, certeza que suas batidas fazem eco dentro do carro. Olhar o retrovisor e ver Justin em seu carro atrás do meu faz com que o meu rosto quase se rasgue por conta de um sorriso. Estou parecendo uma adolescente novamente. Enquanto eu estacionava na garagem, Bieber me aguardava na portaria para liberá-lo.
— Sinta-se em casa. — Digo ao abrir a porta do apartamento.
— Gostei da decoração. — Ele diz admirando o apartamento. Fecho a porta atrás dele e o guio até a cozinha carregando as compras. — Vou deixar as minhas compras na sua geladeira, antes de eu ir embora me lembre de pegá-las.
— Tudo bem.
Anne surge na cozinha, a fim de me ajudar sabendo que eu havia voltado do mercado. Ela se surpreende por me ver acompanhada.
— Anne este é Justin, um dos meus amigos que lhe contei hoje mais cedo.
— Olá, prazer em conhecê-lo Justin, sou Anne, a empregada.
— Olá Anne, prazer em conhecê-la também. Então Carolina falou de mim? — Ele me olha e sorrio para ambos.
— Falou sim. Estava dizendo que estava com saudade. — Ela me olhava em dúvida se podia contar algo e assenti a ela sorrindo, mostrando que poderia continuar. — E estava confusa sobre ligar para o senhor. O senhor é de Nova York, não?
— Ah sim, pensei que ela não quisesse me ver. Encontramo-nos no mercado há pouco e quase fiquei bravo. — Damos risadas. — Moro lá, moro aqui, moro em todos os cantos. — Ele diz brincalhão fazendo-nos rir novamente.
— Entendido. Deixem que eu cuide das compras.
— Obrigado Anne. — Ele diz e eu sorrio a ela. — Poderia por gentileza preparar algo para mim? Estou com fome. — Ele pede e ela assente.
— Anne, eu e Justin estaremos na sala de cinema conversando e iremos assistir a algum filme.
— Tudo bem dona Carolina, irei preparar algo para o senhor Justin comer e levo até vocês. O que o senhor gostaria de comer? Há macarrão com queijo do almoço, ainda quentinho, posso aquecer mais um pouco no micro-ondas se preferir.
— Está ótimo. — Ele diz e em seguida nos retiramos.
Sou tão solitária, sem irmãos, sem parentes próximos, sem ninguém. Minha vida gira em torno do meu emprego, não que eu não goste da minha rotina, até a prefiro, se não fosse por ela eu seria deprimida. Essa viagem e seus mistérios estão me deixando com medo, não quero correr perigo novamente, não quero lutar e fugir novamente. Não tenho quem me proteja, sou eu por eu. E ter Justin aqui comigo me traz paz e segurança, confio nele com a minha vida e sei que o tenho se eu precisar de colo ou qualquer coisa que seja afinal ele me ajudou sem me conhecer e quando mais precisei. Devo partilhar com ele meu atual medo?
— Você está estranha. Nervosa, há algo errado. Pode me contar, por favor?
Sento-me ao seu lado em uma das poltronas. Não vou hesitar, ele já sabe que estou aflita, já me viu tantas vezes assim, como é que eu quero esconder isso?
— Eu vou te contar. — Falei um pouco baixo. — Escolhi justamente essa sala por ser a prova de som, quero te contar. — Estou aflita, e bastante no momento. Começo a contar a ele sobre as minhas suspeitas dessa viagem repentina.
— Com licença. — A porta se abre e Anne surge com uma bandeja em mãos, trazendo o almoço de Justin.
— Muito obrigado Anne, mais uma vez. Depois eu levo a louça à cozinha. — Ele agradece antes dela se retirar do cômodo. Caminho em seguida até a porta da sala, trancando-a. Não quero que ninguém ouça minha conversa com Justin.
— Eu não posso estar imaginando coisas, não posso estar associando meu medo pelo o que passei nesse país. E eu não tenho ninguém Justin, eu por eu, e se algo estiver mesmo acontecendo e com Holmes envolvido. — Lágrimas brotam de meus olhos e ele aperta minha mão. — Não quero nem pensar sobre Holmes estar envolvido, meu coração se partiria em mil pedaços.
— Eu estou aqui. Não estou? Não vou deixar que algo aconteça com você de novo. — Concordo com a cabeça. — E, por favor, não diga nunca mais que você está sozinha, porque sozinha é a última coisa que você está nesse mundo. Você me tem e eu te tenho.
Ouvir isso é tão forte e reconfortante que ele não imagina. Limpo meu rosto e deposito um beijo no rosto de Justin, sou grata ao destino, e a Deus por ter cruzado nossos caminhos sempre nas horas certas. Por que não liguei para ele mais cedo?
Pov. Justin.
Um dia comum na quente cidade de Los Angeles, fazendo compras para a comemoração de hoje enquanto converso ao celular com Charles que vem de Nova York essa noite para a minha casa, com Ryan. Conseguimos um bom tempo de folga indeterminada por termos resolvido um grande caso, envolvendo um dos maiores traficantes internacionais que estava comerciando aqui nos Estados Unidos. Estamos de folga até o dever nos chamar. Acabei vindo antes porque Charles levou um tiro de raspão no braço, ficando em Nova York, então Ryan decidiu que viria com ele.
— Nossas cervejas já estão em casa, estou comprando aperitivos para nós. — Conto.
— Nossa santa e amada cerveja. Espero que seu freezer esteja bem abastecido, se acabar a cerveja, te bato. — Dou risada. — Chegamos à noite, não nos esqueça no aeroporto. — Ouço Ryan berrar a última frase e caio na risada. — Onde você está agora?
— No supermercado.
— Compra mais cerveja. — Ryan grita novamente e dou risada.
— Já comprei porra. — Rimos.
Com as compras em mãos, indo para a saída do supermercado ouço um “Com licença”, será comigo? Não procuro. Ouço uma pigarreada e olho para o lado, deve ser comigo mesmo. Uma mulher de óculos escuros, chapéu e muito bem vestida está chamando por mim.
— Pois não? — Ajo naturalmente tirando o celular da orelha deixando-os na espera, o que ela quer?
A mulher bonita após parecer em transe me olhando, o que me deixa intrigado, tira seus óculos fazendo com que uma onda de adrenalina corra por todo o meu corpo e com que todo o meu ar saia do mesmo. Minha boca se abre, eu devo estar delirando com toda certeza. Não pode ser ela. O que ela está fazendo aqui? Se fosse ela, ela teria me ligado e avisado.
É ela, por que não me ligou? Ela está tão linda, seu corpo está diferente, sua aparência, seu rosto não tão jovial quanto antes. Mais linda do que me lembro. Há uma leve maquiagem em seu rosto, realçando a sua beleza. Admiro-a, ela não é mais a menina que me lembro, se tornou uma grande mulher e que grande mulher.   
— Eu não acredito. — Digo boquiaberto e estático. Ela se aproxima e me agarra com seus braços, apertando-me de forma carinhosa, ela ainda é menor que eu mesmo de salto alto. É ela mesma. Sem pensar duas vezes agarro seu corpo.
— Senti saudade. — Ela diz e meu coração se acelera, saudade, que palavra bonita e dolorida. Eu senti tanta saudade dela, ela não imagina. Abraço-a bem mais apertado, é real, ela voltou.
— Você está linda. — As palavras saltam da minha boca, estou impressionado com a quão linda ela está. — Quando voltou?
— Hoje cedo. — Ela não me ligou para vê-la.
— Por que não me ligou? — Por um momento fico chateado e receoso, por que não me ligou? Eu queria tanto vê-la, não imagina quantas vezes pensei em ir vê-la, em quantas vezes eu quis esse corpo de volta, ela por completo de volta.
— Pensei em te ligar, mas não o fiz, passou-se tanto tempo. — Ela sorri sem graça. Recordar-me que faz três anos que não nos vemos e que cada um seguiu a sua vida, traz a minha decepção à tona.
— O tempo passou mesmo. — Digo tentando não parecer chateado. — Mas isso não é desculpa para ter deixado de me ligar, teria adorado receber sua ligação. — Volto a sorrir, caindo na real de que ela está na minha frente, deixando de ser uma memória, uma lembrança, que era o que eu tinha dela até poucos segundos.
— Que ótimo. — Rimos. — Talvez eu ligue da próxima então. — Que haja muitas próximas, penso comigo.
— Por favor, não deixe de ligar. — Parece até que não nos conhecemos agora, estamos estranhos um com o outro. — O que faz aqui?
— Holmes obrigou-me a vir de última hora para tirar um tempo para mim. — A maneira como disse tempo, com os olhos fixos nos meus, há algo errado. Ela olhava fixamente em meus olhos quando estava com medo e precisava contar-me algo.
— O que foi? Aconteceu algo?
— Não aconteceu nada. — Ela mente desviando os olhos dos meus e ainda sorri, algo está acontecendo. — Apenas irritada por ter deixado meu trabalho para viajar, ando bastante focada.
Conversamos um pouco mais, ajudo-a com as compras até o carro. Oh, ela tem um carro agora. Ela está tão linda, confiante de si exceto por algo que está a afligindo, sei que deve haver algo, mas ela está tão independente, se eu fosse outro tipo de cara me sentiria intimidado. Carolina está intimidadora até mesmo no seu jeito de andar.
Ela me contou tudo enquanto eu almoçava, antes de escolhermos um filme, antes de ela dormir no meu peito assustada e com medo.
O modo como me contou tudo, baixinho, em uma sala a prova de som, assustada e com medo de que alguém nos ouça, me deixa nervoso e irritado, não quero que ela passe por algo novamente. Carolina sofreu tanto, ainda sofre e não percebe. Sim ela sofre. Contou-me tudo, sobre sua rotina, sobre tamanho foco em seu trabalho e posso imaginar afinal ela é uma CEO. Ela não percebe o quão desligada do mundo ela está? Está deixando de viver para trabalhar. Enquanto muitos trabalham para viver, ela tem vivido para trabalhar. Não a culpo, é perceptível que faz tudo isso para ocupar seu tempo, para não ficar sozinha, para se poupar de sofrer mais do que já sofre pelo falecimento dos pais.
— E eu não tenho ninguém Justin, eu por eu... — Ouvir essas palavras me abalou.
Ela se tornou intimidadora, mas de intimidadora não tem nada. Tão frágil quanto uma bolha de sabão. Prestes a estourar para se tornar milhares de gotículas espalhadas e perdidas. Não vou permiti-la que se sinta sozinha, porque sozinha é a última coisa que ela está. Eu vou protegê-la, não por ser o meu trabalho, mas sim porque eu me importo com essa garota, desde o dia em que ela gritou nervosa comigo em um hotel contando-me tudo o que estava passando, desde o momento em que ela se entregou a mim de corpo e alma naquele mesmo dia, desde o momento em que confiou sua vida em minhas mãos.
A realidade é que também sou solitário, mas não me importo e não preciso de ninguém, levo a vida que levo sozinho, por conta da minha profissão. Amo o que faço e não me arrependo de ter a escolhido para exercer. Quando escolhi a profissão, escolhi os termos de levar uma vida secreta e longe da minha família. Somos no fim, dois solitários. Ela precisa de mim, e eu não vou deixa-la, vou permanecer até o fim novamente.
Observando Carolina dormir serena em meu peito, enquanto o filme passa despercebido na grande tela, não consegui pregar o olho igual a ela. Preciso pensar em como protegê-la. Não vi o tempo passar se é que passou. Afagando seus cabelos, ela abre os olhos devagar, por um instante ela se assusta.
— Eu estou aqui. Eu, Justin. — Digo calmo e em tom baixo, na tentativa de acalmá-la e ela solta um longo suspiro a me ver, aliviada por me ter.
— Sempre você pra me proteger. — Ela diz com a voz carregada de sono e beijo o topo de sua cabeça.
— E assim sempre vai ser minha linda. Volte a dormir, eu estou aqui. — Tranquilizo-a e ela nega agarrando meu corpo com seus braços como se eu fosse seu travesseiro, e eu estava sendo afinal ela parecia dormir confortável em meu peito.
— Perdi o sono. Que horas são?
Pego meu celular de meu bolso para checar as horas e levo um susto. Estou vinte minutos atrasado para buscar Ryan e Charles no aeroporto. Há vinte e duas ligações perdidas de ambos.
— Puta que pariu. — Xingo.
— O que aconteceu?
— Ryan e Charles chegaram de Nova York e os esqueci no aeroporto, faz vinte minutos. — Disco para um dos dois, sem ver para qual deles estou ligando.
— Cadê você seu filho da puta? — Charles atende.
— Dormi. — Minto. — Meu celular estava no mudo, já estou indo buscar vocês.
— Vem logo. — Chaz está realmente nervoso, prometi não esquecê-los e o fiz.
Olho para Carolina que mantém seus olhos presos em mim. Não queria deixa-la neste momento, mas realmente preciso ir.
— Se importa se eu for?
— Claro que não. — Ela age naturalmente.
— Tudo bem.
Levamos a louça até a cozinha, despeço-me de Anne agradecendo-a e em seguida faço o mesmo com Carolina beijando o topo de sua cabeça.
— Vejo você amanhã. Qualquer coisa, não hesite nem por um segundo, me ligue. — Cochichei a última frase em seu ouvido e ela assente. — Estou feliz que esteja de volta pequena. — Nunca a chamei de pequena, mas ela realmente é e não pude deixar de finalmente comentar.
Chamo o elevador e ela espera comigo o mesmo chegar, apoiada de qualquer jeito em sua porta. Quando ele chega e suas portas automáticas se abrem, Carolina me chama.
— Justin. — Fito-a curioso.
— Diga.
— Obrigada. — Ela sopra as palavras e vou embora feliz por ter passado o dia com ela.
Eu não podia estar mais feliz. Carolina está de volta e isso muda os ares de Los Angeles de tão bom que é. Senti tanto a sua falta. Ah se ela soubesse que um dia já tive sentimentos por ela quando na verdade era o que eu mais evitava, ah se ela soubesse que eu mudei por causa dela, ah se ela soubesse de tudo o que já se passou na minha cabeça em relação a ela. Ah se ela soubesse.
Os dois príncipes estavam putos me esperando na frente do aeroporto, sorri amarelo para ambos. Destravei a porta malas, onde jogaram suas malas. Charles joga um travesseiro no banco traseiro, cumprimenta-me nervoso, e se deita. Ryan se joga no banco de passageiro ao meu lado.
— Bieber eu só não te bato porque estou cansado. — Ryan se pronuncia.
— Bieber eu só não te bato porque estou com um braço debilitado e enfaixado. — Foi a vez de Chaz se pronunciar e eu rio baixo feliz que estejam aqui ou talvez por estar feliz pela volta de Carolina mesmo.
Meu celular toca, olho o visor e o nome de Carolina Batista brilha na tela com uma foto nossa na Disney, quanto tempo que não via tal foto, talvez haja um ou dois anos.
— Suas compras estão na minha geladeira. — Eu esqueci puta merda, eles vão querer me socar.
— Estou voltando aí para buscar.
— Ok. 

SECOND SEASON - A Perseguição. Capítulo 3 - O tempo lhe fizera bem.

Fanfic / Fanfiction de Ian Somerhalder - SECOND SEASON. A Perseguição. - Capítulo 3 - O tempo lhe fizera bem.

O veículo não demora em se deslocar. Hora de conhecer minha acomodação, estou um pouco ansiosa. É um lindo arranha céu, com incontáveis andares, preciso adentrar o elevador para descobrir quantos andares há no edifício que parece bem alto. Há neste um elevador panorâmico, parece ser um grande condomínio também.
— Srta. Batista, serei seu motorista enquanto estiver nos Estados Unidos, estarei todos os dias e todos os horários a seu dispor. — Sendo simpático e sorridente, talvez eu goste dele. — Aqui está sua chave, seu andar é o décimo sexto.
— Muito obrigada Sr. Jerome. — Sorrio a ele deixando-o só na garagem, adentrando o elevador panorâmico que vejo haver vinte e dois andares, wow.
Contemplo a cidade de Los Angeles a cada segundo que o elevador se eleva, é uma bela cidade. Não se sabe dizer quantos estão dormindo e quantos estão acordando, a essa hora da manhã há uma grande agitação de turistas, como observei no caminho. Los Angeles talvez nunca durma. As portas do elevador são abertas, dando-me visão do pequeno hall de entrada bem decorado. Há uma mesinha redonda e delicada com um vaso de flor sobre, e também há um bilhete.
Divirta-se com a vista. Pedi que fosse uma das mais bonitas.
Pego o bilhete e sorrio, seria um gesto de carinho? Quem o escrevera? Eduardo sendo paternal como sempre. Ansiosa para ver o apartamento, abro-o ficando maravilhada com a decoração moderna, móveis coloridos e refinados. Há uma senhora baixinha trajando um uniforme conhecido, e com um sorriso acolhedor no rosto tornando-a simpática.
— Olá Srta. Carolina Batista. Seja bem-vinda! — Sua voz é macia, sorrio a ela. — Sou Anne, prestarei todo tipo de serviço no apartamento enquanto estiver acomodada aqui.
— Olá. — Sorrio sem graça, estava a minha espera.
— Vou lhe mostrar o seu quarto. — Anne diz-me e a sigo puxando minha mala de rodinhas.
Enquanto a sigo pelo apartamento, aprecio-o, notando todos os detalhes do mesmo. É um grande apartamento, bem grande, espaçoso e confortável. O meu quarto é grande também e lindamente decorado. Anne deixa a minha mala na entrada do closet e caminha até as grandes cortinas brancas que tomam toda a extensão de uma das paredes do quarto, a maior delas.
— Senhorita, soube que gosta muito de ter uma bela vista para apreciar, e aqui está. — Ela pega um pequeno controle que havia sobre a ponta da cama, apertando um botão fazendo com que as cortinas se recolhessem devagar até o topo do teto, revelando-me uma parede de vidro.
Fico impressionada, a parede inteira é de vidro, do teto ao chão, a vista é maravilhosa, estou apaixonada pelo meu novo quarto temporário. Holmes soube bem preparar a minha vinda.
— Assim como a parede do seu quarto, há outras paredes de vidro como essa.
— É lindo!
— É mesmo. A senhorita gostaria de descansar agora ou posso desfazer sua mala e colocar suas coisas no closet?
— Não precisa se preocupar, eu a desfaço.
— Mas senhorita este é o meu trabalho.
— Tudo bem. Pode desfazê-la então.
Anne assentiu para mim, indo desfazer a minha mala. Jogo minha bolsa de mão sobre a cama, eu sentaria na mesma. Mas decido ajudar Anne, a fim de conhecê-la.
— Não precisa me ajudar Srta. Batista. — Ela diz preocupada.
— Eu quero ajuda-la, por favor, deixe-me ajuda-la. — Sorrio simpática a ela que faz o mesmo.
Começo a ajudar Anne com as minhas roupas e acessórios, colocando tudo em seus devidos lugares no closet. Não demoramos muito, afinal em duas, trabalhamos mais rápido para guardar as coisas. Não conversamos muito, e nem a questionei em momento algum sobre sua vida pessoal ou algo que me fizesse conhece-la. Mas pude ter certeza de sua simpatia e eficiência.
Após a nossa organização, fiquei sozinha no quarto, deitada pensando na loucura que fiz sobre vir para Los Angeles de última hora e deixar o meu trabalho de lado. Confio em Holmes, mas não consigo deixar de trabalhar. Certamente há um mistério no planejamento dessa viagem e isso está me deixando desconfortável. Tratarei de descobrir logo do que essa viagem se trata. Há uma pessoa em que passei a confiar e se tornou uma grande amiga, minha psicóloga. Preciso falar com ela.
— Bom dia. — Ela disse animada. Gosto tanto dela.
— Bom dia. — Respondo no mesmo tom animado.
— Está tudo bem?
— Tudo, por enquanto, creio. — Mordo meu lábio, eu e meu péssimo habito de fazê-lo quando estou nervosa.
— O que aconteceu?
— Está podendo falar?
— Mas é claro que sim. Estou em horário de almoço.
— Não quero atrapalhar.
— Sem delongas Carolina.
— Estou em Los Angeles, viajei esta madrugada. Mas há algo me deixando aflita, há algum mistério, não quero que seja algo da minha cabeça por conta do que passei aqui. Pode me ouvir?
— Posso sim, não estou pelo celular, estou através do dispositivo de orelha, consigo almoçar te ouvindo. Diga!
Contei tudo o que está rondando minha cabeça para a minha psicóloga que soube como sempre me passar as melhores orientações. Sem nada a fazer, decido conhecer o apartamento.
É um grande apartamento, com cômodos espaçosos e aconchegantes, sem contar na decoração jovial, moderna e colorida. Há cinco quartos que são suítes, Anne avisou-me que como há televisores nos quartos, não há sala de televisão, por isso há uma sala de cinema, contendo oito poltronas. Há um pequeno escritório, senti-me à-vontade no cômodo que me proporcionou uma vista maravilhosa, será bom trabalhar aqui. A sala de estar é quase na entrada do apartamento, quando entrei foi a primeira visão que tive, de seus sofás e poltronas giratórias sobre um tapete lindo e uma mesa de centro. Sobre a mesa de centro há uma caixinha vermelha de veludo, com uma carta. Olho para os lados será para mim? Abro-a e tem uma chave de carro da marca Volvo. Abro o envelope.
Para não depender somente do motorista, dirija quando quiser. Sinta-se em casa, o carro é seu.
Oh meu Deus, como assim ganhei um carro? Isso é bom ou ruim? Faz parte de todo o mistério? Quem está me presenteando? Holmes, por que ele faria isso? Guardo o presente e a carta em meu quarto.
— Adorei o apartamento. — Comento chegando à cozinha e vendo Anne guardando compras, então também vejo Jerome e sorrio a ele.
— Que bom que gostou. — Anne diz.
—­ É realmente muito lindo. — Jerome comenta. ­
— E grande. Há cinco quartos! Não vejo necessidade de um apartamento tão grande para mim.
— Ainda há o meu. — Anne disse. — Fica nos fundos do apartamento. Fique a vontade para ir até a lavanderia.
— Oh, eu havia me esquecido.
A cozinha é bonita, harmoniosa e bem equipada, digna de um bom chefe de cozinha. A lavanderia é comum, equipada, e há dois quartos de empregados, cada um com uma cama de solteiro, sendo decorado de forma simples, mas ainda sim sendo confortável e também há um banheiro para que os dois quartos dividam.
— Srta. Carolina gostaria de almoçar o que hoje? — Encontro-a sozinha na cozinha novamente.
— Não sei Sra. Anne.
— Por favor, senhorita, chame-me apenas de Anne.
— Então me chame também só de Carolina ou Carol, como preferir. — Ela sorri simpática e acanhada. — Isso me fará sentir melhor, acredite. Tenho um bom relacionamento com os meus empregados no Brasil e me simpatizei com a senhora. — Ela sorri lisonjeada.
— Muito obrigada. Com toda certeza é a minha primeira patroa simpática. — Assusto-me.
— Não creio?
— Acredite. Já tive patrões rudes.
— Acredito, há muitas pessoas sem educações nesse mundo. Deus a livre disto e todos que passam por isso! Ninguém merece ser maltratado, você está trabalhando, assim como eu também trabalho e não gostaria de ter um patrão que me maltrate.
— A senhorita. — A repreendo com o olhar fazendo-a sorrir. — Você, Carol. — Ela diz devagar como se fosse estranho se referir a mim pelo meu nome por eu ser sua nova patroa e dou risada, ela está mesmo tímida, que fofinha essa senhorinha. — Você é a sua própria patroa, dona Carolina.
— Como sabe?
— A senhorita saiu em todos os jornais, sendo uma das jovens mais importantes do mundo, por ser uma CEO. — Sorrio amarga.
— Como pude me esquecer, os tabloides.
— Há algum problema? — Ela percebe meu desânimo.
— Nada. — Sorrio a ela, tentando parecer confortável. — Só não quero que se impressione comigo por conta disso, tudo bem? O dinheiro não me faz melhor que ninguém. — Peço e ela assente. — E a propósito, desisto.
— Do que dona Carol?
— Você me chamou de senhorita e de dona. — Ela ri divertida.
— É incomum. Tentarei me acostumar. Posso chama-la pelo menos de dona Carol ou dona Carolina? – Rio dela.
— Pode sim.
— Mas então dona Carolina, já sabe o que gostaria de almoçar?
— Qual sua refeição preferida?
— Macarrão com queijo.
— Ótimo, então iremos almoçar macarrão com queijo. — Sorrio e ela está sorridente, eu a adorei.
— Mas dona Carolina...
— Sem “mas”. — Rio. — Irei buscar meu laptop no quarto e já volto para fazer companhia, estou adorando conversar com você.
Ouço Anne estalar a língua no céu da boca em reprovação e dou risada. Com o laptop em mãos e o celular também, sento-me na banqueta do balcão enquanto a senhora simpática começa a preparar nosso almoço. Começo a trabalhar, checando e-mails importantes, checando as reuniões marcadas, merda! Ligo para a minha secretária e sou surpreendida.
— Desculpe-me Srta. Batista, eu já desmarquei suas reuniões, avisando a todos que estás de férias e que assim que voltar, entrará em contato com todos.
— Ótimo, mas peço que envie um e-mail a todos para que entrem em contato diretamente comigo através do meu e-mail executivo. Por favor!
— Pode deixar.
— Obrigada.
Respiro fundo. São apenas algumas reuniões, apenas algumas reuniões. Eu sou uma CEO e posso dar conta de algumas reuniões adiadas. As empresas irão entrar em contato comigo, resolverei tudo via e-mail, mesmo tendo total preferência por trabalhar fisicamente na maior parte dos negócios, como por exemplo, comparecer às reuniões em vez de desmarca-las ou atender clientes por e-mail.
— Algo errado?
— Nada. Apenas sendo forçada a tirar férias. Não consigo deixar de trabalhar. — Digo aflita e Anne dá uma risada fraca.
— Jovem e trabalhadeira!
— Tem que ser. — Sorrio fraco, é a verdade.
— Mas está certa de tirar um tempo para você dona Carolina, Los Angeles é grande e incrível. Irá gostar! Eu na minha época de moça adorava ir a uma danceteria, arrasava o coração dos rapazes. — Ela conta animada, fazendo nós duas rir. — Já tive belas curvas um dia.
— Você diz como se estivesse mal! Está ótima. — Elogio-a.
— Muito obrigada dona Carolina. Mas continuando, acho que você deveria aproveitar por estar aqui e de férias para sair e curtir. Você é jovem, linda, vai pegar um sol na praia, saia pra dançar, conheça novas pessoas. — Fico pensativa, ela talvez tenha razão.
Lembro-me então de Justin, talvez eu deva ligar para ele, marcarmos de nos ver. Mas e se ele estiver em Nova York? Ocupado e trabalhado? Não quero causar frustrações. Estou com tanta saudade dele, mas ele está ocupado. Logo penso então em Charles, mas com certeza deve estar trabalhando, e ele também é de Nova York. Anos se passaram, talvez estejam casados, com filhos, pois são mais velhos que eu. Desista dessa ideia Carolina!
— Está pensativa.
— Há um rapaz, na verdade dois. Dois amigos que fiz aqui, mas os dois devem estar ocupados trabalhando. — Suspiro.
— Qual deles mexe com seu coração? — Ela me lança um sorriso e sorrio de volta negando com a cabeça. — Já tive sua idade, se está insegura é porque um deles mexe com seu coração. Se fossem só amigos você não se negaria em ligar, afinal amigos são amigos.
— Estou começando a gostar de você. Posso te levar pra casa quando eu for embora? — Rimos. — É complicado. Ele trabalha e talvez nem esteja aqui, talvez esteja em Nova York.
— Talvez, não é a mesma coisa que ter certeza dona Carolina. Pense nisso! — Ela pisca.
Fico pensativa, como será ver aqueles olhos novamente? Sentir aquele perfume, que saudade. Saudade também de Charles que me salvou e fora um ótimo amigo. Sinto saudades também de Kenny, o segurança de Justin. Saudades e mais saudades.
O almoço estava ótimo, Anne tem as mãos muito boas na cozinha, mesmo sendo macarrão com queijo, os temperos usados e o molho estavam saborosos. Perguntei a ela o que Jerome havia feito de compra, havia sido comprado apenas o básico. Avisei então que iria fazer compras, mesmo dizendo-me que não era preciso e que ela faria isso assim que eu fizesse uma lista, mas insisti e seria bom dar uma volta com o meu novo carro.
Trajava outra roupa, calça jeans rasgada, salto alto, uma camiseta jogada deixando a mostra o top de renda, um chapéu e óculos de sol. Com ajuda do guia encontrado no Google e a ajuda do GPS do carro, encontrei um grande supermercado, farei aqui mesmo as compras. Por sinal, adorei o carro. Macio, confortável e bem tecnológico, quase parecido com a minha BMW no Brasil. Gostei da marca, com certeza investirei nela. Volvo.
Com ajuda de um carrinho, passeei pelos corredores com facilidade escolhendo os produtos alimentícios. Pedirei para Anne preparar as famosas waffles americanas no desjejum de amanhã, com bastante mel.
— Estou no supermercado. — Ouço talvez, uma voz e uma risada, conhecida enquanto passo minhas compras no caixa. — Já comprei porra. — Ele ri novamente. Não pode ser quem eu estou pensando.
Olho para frente e há um rapaz de costas, colocando suas compras nas sacolas e falando ao telefone. Ah, a cor dourada dos cabelos, as tatuagens, há mais delas do que havia há três anos, a altura, a costa larga, é ele. Fico parada olhando-o, preciso ter certeza, impossível eu encontra-lo logo no meu primeiro dia em Los Angeles. Talvez eu esteja louca ou talvez não, eu apenas preciso que ele me abrace bem forte. Mas o que eu faço? Ele está no telefone.
— Com licença. — Pigarreio para ele que passa pelo meu caixa indo em direção à saída do estabelecimento, tira o celular da orelha e me olha sem nada dizer.
Analiso-o por um breve tempo abobada descrendo que estou o vendo. Ele está diferente, mais bonito, com aspecto de envelhecido, aspectos de um homem formado. O tempo lhe fizera muito bem! A última vez que o vi, tinha o rosto tão jovial, parecia um anjo caído do céu. De anjo a Deus grego.
— Pois não? — Ele diz normal. Ele não me reconhece? Por um segundo penso no desânimo que tal frase me provocou, mas não deixo que este vença, a minha alegria é maior.
Tiro meu óculos, exceto o chapéu. A me ver, sua boca forma a letra “o” e ele desliga o celular que permaneceu ligado em sua mão, deixando quem quer que seja, falando sozinho.
— Eu não acredito. — Ele diz assustado olhando-me. Sem hesitar abraço-o apertado, mesmo de salto consigo ser menor que ele. Seus braços não demoram em acolher fortemente meu corpo. Seu cheiro, ah o seu cheiro, não é mais o mesmo, mas continua sendo o mesmo rapaz cheiroso de sempre.
— Senti saudade.
Justin me abraça mais apertado, parecendo não querer me soltar. Eu não quero que me solte e não quero solta-lo também. Ele após alguns instantes me solta de seu abraço, olhando para mim com um sorriso lindo no rosto.
— Você está linda. — É nitidamente em sua voz a sua alegria por me ver, creio que estou tão feliz quanto ele. — Quando voltou? — Ele me indaga antes que eu possa indaga-lo primeiro.
— Hoje cedo. — Estou finalmente feliz por ter vindo, será que está perceptível?
— Por que não me ligou? — O sorriso lindo se desfaz, oh não, refaça-o Bieber, por favor.
— Pensei em te ligar, mas não o fiz, passou-se tanto tempo. — Sorrio sem graça.
— O tempo passou mesmo. — Noto que ele também fica sem graça. — Mas isso não é desculpa para ter deixado de me ligar, teria adorado receber sua ligação. — Então seu sorrisão volta a dominar seus lábios, lindos lábios.
— Que ótimo. — Rimos. — Talvez eu ligue da próxima então. — Sorrio e ele também.
— Por favor, não deixe de ligar.