A PERSEGUIÇÃO. Capítulo 19 - Money.

Carolina resolveu seu problema de dinheiro naquela noite. No pequeno distrito comercial, perto do hotel, passara por uma loja de penhores, com três enormes bolas de ferro penduradas por cima porta. O único bem precioso que Carolina tinha em seu poder era o relógio que o pai lhe dera ao completar 18 anos. Era de ouro, de 21 quilates, mas para Carolina o valor maior estava no fato de ter sido um presente do pai. Nunca lhe passaria pela cabeça se desfazer do relógio, agora, porém, não tinha opção. Hesitou por vários minutos antes de entrar na loja e pôr o relógio no balcão.
- Gostaria de tomar um dinheiro emprestado, deixando este relógio como garantia. - disse Carolina - Voltarei para buscá-lo um dia.
Se tudo correr bem, pensou ela. Se não corresse, seria presa ou morreria, e assim não faria a menor diferença.
O homem do penhor pegou o relógio, examinou-o com uma lupa de joalheiro, balançou a cabeça em aprovação.
- É um bom relógio. Quanto quer emprestado?
- Quinhentos dólares.
O homem sacudiu a cabeça.
- É demais.
- O senhor sabe quanto vale esse relógio? - Carolina iria ser mal educada mas pensara bem, então conteve-se. - Trezentos dólares serve. 
- Duzentos e cinquenta.
Puta merda, essa velho esta de brincadeira com a minha cara, pensou ela.
- Negócio fechado - concordou Carolina.
Seria mais do que suficiente para levá-la de ônibus até a Califórnia, mas seria muito bom se tivesse com mais dinheiro. Pensara muito no que faria e concluíra que a resposta para eu problema estava em Los Angeles, onde encontraria Eduardo Hidaka. 
Carolina observou o penhorista contar o dinheiro e lhe entregar, junto com um tíquete.
- Este é o tíquete do penhor. Tem seis meses para resgatar o relógio. Depois desse prazo, eu o venderei.
Seis meses! Carolina nem mesmo tinha certeza se estaria viva dali a seis dias.
- Obrigada. Eu voltarei.
Carolina deu uma última olhada no relógio, depois guardou o dinheiro no bolso e se retirou.
Foi para um restaurante japonês, sua comida favorita, a poucos quarteirões do hotel, e teve de fazer um esforço para não correr. O simples pensamento de comida a deixava com a boca cheia d'água. 
Sentou-se, fraca de fome, e pediu a comida. Empanturrou-se com sopa de miso, onkatsu, arroz, legumes em conserva, e camarão no tempura, com frutas frescas de sobremesa. Ao terminar, Carolina sentia-se como uma nova garota, pronta para enfrentar o mundo de novo. 
Enquanto isso Justin passara o dia inteiro a procura da garota por hotéis e ruas principais de Nova York. Precisava encontrar essa garota, estava quase desistindo! Dois dias procurando por ela e nada. Não queria que Carolina fosse presa, precisava falar com ela e saber o porque daquela manchete ter saído nos jornais. Estava seguro de que a garota não havia feito nada, que tudo não passava de um engano, pois a vida dela simplesmente era perfeita. Qual será o motivo do assassinado?, pensava Justin. 
O rapaz lia e relia os documentos onde tinha tudo sobre Carolina Batista. Grifava as partes onde relatavam os gostos da menina, os lugares que frequentava e tudo que lhe desse pistas para encontrá-la. Bieber nem percebera que perdera dois dias pensando em Carolina.

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