Quando você pensa que nada mais poderia te surpreender depois de um dia cheio, bum. Vem algo inesperado que te surpreende e chega roubando um mega sorrisão do seu rosto e também preenche seu peito com uma sensação maravilhosa que possa ser chamada de alegria ou eu não sei. Fiquei olhando fixo para a tela do meu aparelho celular pensando se seria alguma brincadeira de mau gosto, uma piada ou um sonho.
Heyyyy linda. É o Bieber.
Estava digitando um "olá" quando mais duas novas mensagens chegam. Uma de Alfredo rindo e se desculpando, explicando-me que Justin havia pego o seu celular. E a outra mensagem era de um número desconhecido, mas o conteúdo da mesma já me dizia quem era. Ele.
Sentindo sua falta.
Como respirar? Tudo bem, não estou eufórica, mas não consigo acreditar nestas mensagens. Eu nem mesmo tive tempo de responder Justin através do celular de Alfredo e recebo logo duas novas mensagens. Sentindo a minha falta. Porra, não fode meus feelings Bieber.
Oláa. Sentindo sua falta também. Quanto tempo! Tenha uma boa noite, irei dormir. <3
Talvez eu tenha sido muito grosseira? Ou talvez eu tenha sido apenas direta, sem estar a fim de conversar com ele antes que ele crie um assuntou ou antes que fiquemos sem assunto. Justin me respondeu com dois emojis, um beijinho e um coração, fofo. Fofo? Quem diz "fofo"? Eu. Programei a televisão para desligar em duas horas e então fiquei buscando pelo sono até que fui pega pelo mesmo.
Acordei indisposta. É, indisposta me parece a palavra perfeita para descrever como me sinto. Sabe quando acordamos e sentimos que naquele dia não estamos prontos para encarar o mundo? Pois é, assim que me sinto. A cama me parece a melhor opção para o dia, mas não posso cancelar meus compromissos mesmo que seja o que eu mais queira no momento. Tratei de me arrumar para o mundo e antes de tudo checar o celular para ter certeza de que as mensagens de Justin não foi um sonho ou pesadelo.
Já dentro da agência, dentro do elevador sendo mais específica, me senti zonza. Pela primeira vez senti enjoo com o balançar do elevador, com a sensação do mesmo subindo. Após bater na porta da sala de Rafaella, a mesma se encontra no telefona falando com alguém, ela acena para mim autorizando que eu entre. A primeira e única coisa que faço assim que adentro sua sala é correr em direção ao banheiro.
Encontrando-me agachada e com o rosto praticamente dentro da privada, a porta faz barulho por ser movimentada e Rafaella não demora em se posicionar atrás de mim para segurar meus cabelos. O cheiro do vômito só piora a minha náusea e tudo o que eu sinto é um súbito cansaço. Fecho os olhos e respiro fundo, pois é tudo o que eu possa fazer no momento a não ser vomitar e vomitar.
- Oh meu Deus, Hágata! Vou chamar ajuda.
- Não Rafa, por favor, não chame ninguém. Estou bem, só preciso lavar a boca e o rosto. - Rafaella me olha com seu semblante preocupada. - Por favor, estou bem. Preciso que pegue a minha bolsa.
Rafaella não fez nada além do que eu pedi, trouxe a bolsa ao banheiro para mim. Lavei a minha boca, livrando-me do gosto amargo do vômito. Lavei o meu rosto, retirei a maquiagem que havia na minha pele e com os meus acessórios que haviam na bolsa, a refiz. Minha estilista e amiga encontrava-se parada no batente da porta me olhando preocupada.
- Posso imaginar o que ronda seus pensamentos. - Digo e Rafaella me lança um de seus olhares piedosos. - E não. A resposta é não.
- Quando você irá me escutar? Já se passou um mês. Custa fazer o teste?
- Não diga besteiras. Não estou atrasada. - Minto. - E não há necessidade de teste, devo ter comido algo estragado. Pare com essas besteiras.
- Mas. - Interrompo-a.
- Mas nada. E por favor, não me desaponte e não conte a ninguém sobre eu e Justin, só você sabe. E se alguém souber será através de você.
- Eu não contaria a ninguém, fica calma, você está ficando nervosa. Acalme-me! - Respiro fundo dando ouvidos a Rafaella, preciso me acalmar. - Olha, só faça, tudo bem? Eu nem preciso saber o resultado se não quiser, mas só o faça.
Fechei os meus olhos tentando processar qualquer informação que se passasse pela minha cabeça nesse exato momento, mas nada se passou. Respirei fundo algumas vezes procurando pela calmaria, por motivos desconhecidos eu estava nervosa e com a carne tremendo, deve ser pelo esforço do vômito ou algo que eu não saiba definir neste exato momento. Tento pensar sobre essa ideia louca de gravides e não há chance alguma de eu estar grávida. E eu sei que não estou, eu me garanto.
- Eu tenho testes de farmácia na minha gaveta. Posso pegar um para você? - Olho para Rafaella tentando entender porquê motivos ela tem uma gaveta com testes de gravidez.
- Por que você tem testes de gravides na sua gaveta? - Indago-a.
- Muitas modelos já passaram por isso que você está passando. Então é sempre bom ter. E quando me contou sobre vocês dois, achei melhor deixar os testes aqui ainda, pois eu estava pensando em jogar fora. E aqui estamos nós, na situação que já havia se passado pela minha cabeça. - Ela se explica.
Primeiramente desconfio dela, mas repenso e não há porque desconfiar, pois faz todo o sentido. Há modelos que passam por isso e ela as ajuda. Repensei também sobre fazer esse bendito/maldito teste.
- Tudo bem, me dê um. Mas ninguém irá saber do resultado, entendido? - Rafaella consente.
Pela tensão do momento observei cada gesto e movimento de Rafaella até o momento em que ela me entregou o teste. Seria loucura se por ironia do destino eu estivesse grávida. Isso jamais poderia acontecer, pois Justin Drew Bieber surtaria se soubesse que cometemos um grande deslize. E eu jamais seria mãe solteira, jamais esconderia um filho de um pai e jamais deixaria que meu filho crescesse sem um pai.
Sentei-me e fiz o tal e bendito teste.
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