Logo atrás de Alfredo vi Justin vindo em nossa
direção. O que fazer? Socorro. Não há o que fazer. Não quero vê-lo, muito menos
cumprimenta-lo. Oh, céus. Isto tudo soa tão contraditório se relacionado com a
garota que eu era anos atrás. Eu daria tudo para um poder encontrar Bieber e
poder dizer a ele que existo, e hoje olha só onde estamos.
— Irei voltar a tomar sol, se não se importam.
— Pigarreio para ambos e viro-me para todos, inclusive para Justin.
Olho para os lados e vejo os paparazzi, já
consigo imaginar as manchetes. “Bieber se encontra com a suposta mãe de seu
filho, na praia de Santa Mônica”. Reviro meus olhos e lamento comigo mesma por
tudo o que está acontecendo.
São tantos sentimentos dentro de mim,
sentimentos bons, tão bons que ao fechar os olhos me fazem viajar a uma longa
distancia. E outros sentimentos são ruins, escuros, de dor, muita dor e também
um pouco de culpa. Há dor e culpa, porque as coisas poderiam ter sido
diferentes em vários pontos, desde o ponto de ter dado certo até o ponto de
deixar da forma como aconteceu, pois sem as dores e a culpa que hoje sinto
talvez eu não fosse quem sou hoje, talvez eu não tivesse aprendido a lição que
levei disso tudo. Mas o único que sabe que cada traço, cada passo e cada laço
dado é Deus, esse sim sabe quem devemos conhecer ou não.
Ouço Layla se despedir de Alfredo ao mesmo
tempo em que também cumprimenta Bieber. Com o rosto tampado pelo meu chapéu,
consigo imaginar Justin me olhando, balanço a cabeça afastando os pensamentos para
longe. Respiro fundo algumas vezes, desejando adormecer no mesmo instante sob a
toalha estendida na areia fofa da praia.
— Hoje à noite eu e Angel iremos à Exchange
LA, se quiserem ir. — Ouço Layla lhes convidando, qual problema mental ela
sofre?
— Nos falamos depois ou nos encontramos lá
mesmo então. — Alfredo diz.
O dia fora tranquilo, tirando o fato de ter
Bieber e Alfredo tão próximos. Justin surfou e se divertiu o quanto pode, ou
tentou pelo menos, pois se o objetivo era rir e sorrir um pouco depois da cena
que presenciamos noite anterior, ele conseguiu. Espiei algumas vezes debaixo do
chapéu e ele estava tão lindo, parecendo uma criança, um menino feliz, quando
vai à praia pela primeira vez.
“Cheguei, estou a caminho do hotel.” —
Mensagem de Victor, meu empresário.
“EXCELENTE! Estou na praia com Layla, nos
encontramos depois.” — Respondo-o.
“Ah! Já ia me esquecendo, iremos sair hoje à
noite. É bom que esteja disposto, beijão.” — Envio novamente.
O sol já ia se pondo, o céu colorido com um
misto de cores e poucas nuvens desenhadas no mesmo. As ondes vêm e vai, o
barulho gostoso das mesmas se quebrando é melodia para os meus ouvidos. Há
também risadas de crianças e vozes de pessoas tendo seus momentos de lazer ao
redor.
Sento-me e jogo um pouco de conversa fora com
Layla. Tento concentrar-me em tudo ao meu redor, exceto em Justin que parece
gostar de chamar a atenção. Em questão de alguns minutos, assim que ele sai da
água, um grupo de fãs se aproxima pedindo por fotos e autógrafos. Sorrio e por
um estante sinto saudade de quando me encontrava em tal situação, louca por um
autógrafo e uma foto dele. Após eu recolher minhas coisas, de longe aceno para
Alfredo e retiro-me na companhia de Layla seguindo ao nosso hotel.
O combinado era chegar ao hotel, descansar por
algumas horas e se arrumar para todos nos encontrarmos no saguão do hotel, e
sim fora feito. Layla e Victor me aguardavam tagarelando sem parar, e assim que
me veem sou recebida com um abraço acolhedor do meu empresário preferido. Que
saudade! Nada melhor do que um abraço apertado de quem realmente gosta de você.
— E como você está? Já se adaptando com o fato
de que em meses terá uma barriguinha linda? — Victor me questiona, já dentro do
taxi.
— Não sei lhe dizer. É muita coisa para se
adaptar, inclusive com um bando de homens te perseguindo com câmeras aonde quer
que você vá.
— Você é modelo, lindinha. Você ama lentes.
— Mas não lentes que me flagram a todo
segundo. — Victor ri. — É sério, eles me fotografaram o dia todo enquanto
estive com Layla na praia, deve ter saído cada proeza dos meus caldos nas
ondas. — Victor ri novamente e eu o acompanho.
— Você é engraçada até quando está na merda. —
Victor ri escandaloso e eu reviro os meus olhos, rindo também.
— Babaca! — Rimos.
— Dá licença, sou empresaria de uma das
mulheres mais polêmicas do momento, no mundo todo, dá licença querida! — Rio.
Eu estava precisando disso, de dar boas e sinceras risadas dos meus problemas,
da maneira como só Victor consegue fazer.
Chegamos a imensa Exchange LA, há uma fila de
pessoas bonitas e bem arrumadas. Há também uns gatinhos, que perdições, não se
perca Hágata! Rio dos meus pensamentos, pois estou na merda da forma como
Victor disse e ainda estou pensando em gatos, puta merda, acho que chega de
sexo por um bom tempo. Eu estou grávida, hello Hágata. O primeiro pedido da
noite, assim que adentramos a boate, fora uma boa dose de tequila para cada,
pois a noite só está por começar.
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