BELIEVE TOUR. Capítulo 7 - Los Angeles there I go.

"Eu não sei."
E essa fora a última mensagem enviada, para Alfredo. Por um momento pensei em comprar passagem para o primeiro voo com destino Los Angeles sem ter que esperar que Alfredo tome decisões sobre o jato de Justin me buscar. Porém esses pensamentos e ideias são cortados pelo barulho que a empregada faz assim que batera na porta, avisando-me que o almoço estava na mesa e decidi descer para almoçar. Deixando meus planos para depois.
- Onde está meu avô, Mirtes?
- Não sei Hágatinha. - Mirtes, a governanta, sempre me chamara assim. - Quer que ligue para ele? 
- Não precisa, eu mesma ligo. Dê-me o telefone, por favor.
- Sim. - Mirtes pegou o telefone e me entregou o mesmo.
Quando discava para meu avô resolvi discar para outro lugar. Para a agência. Aguardei na linha até que alguma secretária me atendesse. 
- Boa tarde, Vogue.
- Boa tarde, eu gostaria de falar com Marcos Pierre.
- Só um minuto. Qual o seu nome?
-Diga a ele que é a Angel. - Por um momento ouço a mulher exitar, mas ela consente meu pedido.
-Tudo bem, aguarde só um momento enquanto transfiro a linha.
- Angel meu amor. - A voz de Marcos soa agradável no telefone.
- Marcos, meu amor, me faça um favor?
- Até dois. - Ele ri. Se eu não estivesse tendo um péssimo dia eu riria com ele. - O que você precisa?
- Preciso que desmarque todos os meus compromissos desta semana. Tudo! Irei fazer uma viajem importante hoje a noite ou amanhã logo pela manhã.
- Mas justo esta semana você tem ensaios importantíssimos para grandes marcas. Você não pode, Angel!
- Não só posso como preciso. Não dá para eu remarcar a viagem, é de extrema importância. Por favor, desmarque e remarque tudo. Ou se não der, não me importo em perder as propostas. 
- Você é louca. - Ele ri e eu rio fraco. - Consegue voltar até na quinta?
- Provavelmente não. Hoje é terça-feira, e o que eu preciso resolver é muito importante e sem data de volta, pelo menos até o final de semana estarei de volta. 
- Se é realmente muito importante, entenderei. Irei dar meus pulos e ver o que posso fazer, tudo bem? - Assinto. - Bom, e qualquer coisa que precisar, estarei aqui. Beijinhos. 
- Obrigada lindo. Beijinhos.
- Boa viagem, aproveita bastante.
- É eu vou tentar, obrigada mais uma vez.
Chamada finalizada. Sou surpreendida assim que desligo o telefone, pela presença do meu avô. Que por sinal aparece contente e muito bem arrumado.
- Ora, ora. Parece que alguém esta feliz! - Digo ao meu avô.
- Estou mais do que feliz. As vendas estão mais do que em alta devido ao Natal que se aproxima. Começaremos o ano de dois mil e catorze com o pé direito se Deus quiser. Amanhã tenho uma viagem de negócios marcada, irei para a China em busca de confecções.
- Fico muito feliz que tudo esteja dando certo. E sim, iremos começar dois mil e catorze com o pé direito.
Observo meu avô puxar a cadeira em seu lugar na mesa, pondo-se pronto para o almoço e sinto que preciso avisar-lhe sobre a minha viagem para Los Angeles e não posso dizer o motivo. Oh Deus, não gosto de mentir. Se bem que não irei mentir, irei omitir um fato.
- Vovô quero avisar-lhe que irei para Los Angeles esta noite ou amanhã logo pela manhã. Tudo bem?
- Sem problemas. Mas o que irá fazer em Los Angeles? Suas amigas irão com você?
- Infelizmente elas não poderão ir. Irei sozinha, me divertir sozinha. Sem contar que também quero fazer umas comprinhas. - Hesitei. -  Coisas que ainda não lançaram aqui no Brasil. 
- Entendi. Bom, que ambos façamos boa viagem. E me avise assim que decidir quando que irá para Los Angeles. Aproveite, cuide-se, e... - Eu o interrompo, já prevendo o que irá me propor.
- E nada. Não e não vovô. Por favor!
- Segurança nunca é demais. Você devia parar de achar que o mundo é assim, sendo que há pessoas do mal. Nunca se sabe o que pode acontecer.
- Vovô, por favor, fique tranquilo. Não há mais essa necessidade de segurança. Não sou mais uma criança ou uma adolescente. - Sorrio em tentativa de transmitir-lhe segurança. - Tenho vinte anos. - E ele sorri para mim.
- Tudo bem. Dessa vez eu perdoo. - Rimos. 
Conversei o almoço todo com o meu avô, o que me fez muito bem, pois me fez esquecer dos problemas e pude rir de verdade com ele. Após o almoço ele fora para o quarto assistir ao futebol ou ao seu noticiário da tarde. E eu fui procurar por voos com destino para Los Angeles. Onde horas da noite, o horário do meu voo para Los Angeles. Pronto, comprado.
Passei a tarde toda ocupando a minha cabeça com mala e roupas, sobre o que levaria ou não. Planejei passear, fazer de verdade algumas compras. Mesmo que eu não esteja indo na intuição de curtir, não passarei todos os minutos trancada no quarto de um hotel até saber o que irá ser feito em relação a minha barriga e ao Justin. 
O tempo passou e eu não o vi. Com as coisas já arrumadas, tomei um banho e me permiti descansar um pouco antes de dar o horário de ir ao aeroporto fazer check-in. Pedi que meu avô me acordasse dez horas da noite, tempo suficiente para que eu me trocasse e para ele me deixar no aeroporto. 
Foi no instante que o meu voo fora anunciado que me despedi de meu avô. E então lá fui eu, desapareci no portão de embarque no meio de tantas pessoas a caminho da grande aeronave na pista de pouso e decolagem. Que coisas boas nos aconteçam, amém. Foi o que pensei ao olhar para a minha barriga antes do imenso avião decolar.

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