A PERSEGUIÇÃO. Capítulo 6 - Drogada.

Fanfic / Fanfiction de Justin Bieber - A Perseguição. - Capítulo 6 - Drogada.
O tenente estudou-a em silêncio por um momento.
- Ele disse isso a você?
Carolina hesitou.
- Eu... não sei.
- Não ouviu a conversa?
- Não, senhor. Mas sei que falaram de meu assassinato. E foi por isso que fugi.
- De onde você fugiu?
- Do castelo francês ao norte daqui.
- E o seu tio está lá agora?
- Está, sim, senhor. Com minha tia e Cullen, o motorista. Não acredito que ele seja realmente um motorista. Acho que meu tio o contratou para me matar.
- Você acha?
- Isso mesmo, senhor.
- É uma acusação muito séria a que está fazendo.
- Eu sei, senhor. Preciso de proteção.
- Qual é a sua idade?
Carolina achou que era uma pergunta muito estranha.
- 18 anos, senhor.
O policial balançou a cabeça, como se essa resposta elucidasse algum mistério. Levantou-se e anunciou:
- Muito bem, acho que posso ajudar você. Qual é o nome do seu tio?
- Roberto Sato.
Brannigan escreveu alguma coisa num pedaço de papel.
- Espere aqui. Voltarei num instante. Quer tomar café?
- Não, senhor.
Carolina queria apenas que aquele pesadelo terminasse. O tenente Brannigan se ausentou por dez minutos e declarou ao retornar:
- Pode parar de se preocupar. Tudo vai acabar bem.
Carolina experimentou uma súbita e inebriante sensação de alívio.
- Muito obrigada, tenente, se puder me arrumar uma passagem de avião para que eu volte a São Paulo, providenciarei para que seja pago assim que chegar.
- Não será necessário. - Respondeu o tenente Brannigan. - Temos um fundo de emergência para coisas assim.
- O que acontecerá com meu tio? Ele será preso imediatamente?
- Cuidaremos dele. Tem de haver um julgamento.
Carolina sabia disso. Costumava assistir a Perry Mason (personagem da obra de Erle Stanley que gerou um famoso seriado de televisão). A justiça na América do Norte era poderosa. Carolina concluiu que não tinha mais com que se preocupar. Estava segura.
- Eu sei, senhor.
Foi nesse momento que soaram vozes no corredor. A porta foi aberta, Roberto e Cullen entraram na sala. Carolina fitou-os, incrédula.
- Carol! - Exclamou Roberto. - Sua tia e eu ficamos muito preocupados com você. Pensamos que lhe acontecera algo terrível. - Ele virou-se para o tenente Brannigan e acrescentou: - Agradeço por ter me telefonado, tenente.
O policial traíra Carolina. Não acreditara em sua história. Enganara-a, fingindo estar do seu lado.
Eu devia estar louca ao achar que ele acreditaria em mim, pensou Carolina. Roberto é um executivo respeitado, de uma importante companhia, e de repente eu o acuso de tentativa de assassinato. Nem mesmo Perry Mason acreditaria em minha história.
- Tenho uma dúzia desses casos de fujões por mês. - Comentou o tenente Brannigan - É uma idade difícil.
Roberto balançou a cabeça, com uma expressão compreensiva.
- Posso compreender. Carolina está sofrendo do choque. Ela lhe falou da morte dos pais?
- Falou sim. E me contou uma história fantástica sobre o senhor e um motorista tentando afogá-la.
Roberto olhou para Carolina, desconsolado.
- Pobre coitada, ela precisa de um médico. Tratarei de providenciar, o mais depressa possível.
Ele deu um passo na direção de Carolina.
- Não me toque! - Os olhos de Carolina se encheram com um pânico repentino. Ela virou-se para o tenente Brannigan. - Por favor, tenente. Eles vão me matar!
O policial sacudiu a cabeça.
- Ninguém vai matá-la. Seu tio quer apenas cuidar de você. Nada lhe acontecerá! Volte para a sua casa.
O imenso motorista adiantou-se e pegou o braço de Carolina.
- Vamos embora - Ordenou Cullen.
Carolina fez uma última súplica:
- Tenente, não deixem que eles me levem. Mande-me de volta para São Paulo!
- É o que vamos fazer, levá-la para São Paulo. Lá poderá receber as atenções devidas. - Roberto olhou para o tenente. - Obrigado por sua ajuda.
- Não foi nada. Espero que a garota fique boa.
- Cuidaremos dela. - Murmurou Roberto.
Matt Brannigan observou os dois homens saírem da sala com Carolina. Sentia pena, parecia uma boa garota, até normal, exceto por aquela ideia maluca de que o tio queria matá-la. Bastava olhar o Sr. Sato para se saber que era um executivo respeitável. Era bem provável que a garota fosse uma viciada. Talvez LSD ou outra coisa terrível. Ele não invejava o tio da garota.
Lá fora, Roberto e Cullen levaram Carolina para a limusine. A mão grande de Cullen apertava o braço de Carolina, machucando-a. Não havia a menor possibilidade de escapar agora.
- Devia se envergonhar de ter me causado tanto problema! - Declarou Roberto, furioso.
Carolina foi empurrada para o banco da frente, ficou espremida entre Cullen e o tio. Sua mente funcionava a todo vapor. Não deixaria que a matassem. No momento em que o carro parasse, diante da casa, trataria de fugir. Podia correr mais do que os dois. Nunca a alcançariam se...
Carolina sentiu uma súbita picada no braço e abaixou os olhos. O tio retirava uma seringa.
- O que você fez? - Balbuciou Carolina.
- Apliquei uma coisa para fazê-la relaxar. - Respondeu Roberto. - Você não está bem, Carolina. E tenho me preocupado muito com você. Mas muito mesmo, sua tia e eu conversamos a respeito. Ficamos com receio de que pudesse cometer alguma loucura.
As palavras pareciam vir de muito longe agora, e o rosto do tio começou a flutuar diante dos olhos de Carolina. Sentia a cabeça cada vez mais pesada. Fora drogada. Não iam lhe dar qualquer chance de escapar. E com certeza a matariam enquanto estivesse inconsciente.
- Vocês...
Mas a língua parecia muito grossa, as palavras não puderam sair. Os olhos de Carolina se fecharam. 
E depois houve apenas a escuridão.

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