A PERSEGUIÇÃO. Capítulo 14 - As ruas não são mais seguras.

Fanfic / Fanfiction de Justin Bieber - A Perseguição. - Capítulo 14 - As ruas não são mais seguras.

Foi despertada pelo sol brilhando através da janela, abriu os olhos, sentindo-se revigorada e descansada. Olhou para o relógio de pulso. Onze horas da manhã. Dormira por quase doze horas. Lavou-se no pequeno banheiro no fim do corredor, vestiu as mesmas roupas que usara no dia anterior. Era tudo o que tinha, assim que obtivesse um emprego compraria mais roupas. Agora, porém, tinha de pensar em comer.
Carolina decidiu que seria um grande desjejum, ao estilo americano. Suco de laranja, ovos com bacon, panquecas. Na noite anterior notara uma lanchonete a dois quarteirões do hotel. Seguiu para lá, talvez lhe dessem um emprego de balconista.
Chegou à esquina, ficou esperando que o sinal de trânsito mudasse. Um caminhão parou ao lado da banca de jornais na esquina e um homem na traseira jogou uma pilha de jornais vespertinos na calçada. O sinal mudou para verde e os pedestres começaram a atravessar a rua. Mas Carolina permaneceu paralisada na esquina. Na primeira página do jornal havia sua fotografia. A manchete dizia: POLÍCIA PROCURA GAROTA QUE ASSASSINOU MOTORISTA.
Roberto Sato tomara a iniciativa. 
De um instante para o outro, todos se tornaram inimigos. Carolina experimentou a sensação de que se encontrava sob a luz dos refletores, completamente nua. Não era mais uma figura anonima perdida numa multidão de estranhos. Tornara-se um alvo, o objetivo de uma caçada policial. Estranhos pareciam fitá-la com a maior atenção, comparando seu rosto com o retrato na primeira página do jornal. Carolina ainda estava tonta do choque da palavra assassinou. A morte de Cullen fora um acidente. Roberto sabia disso, mas distorcera os fatos para montar sua armadilha. Carolina podia ser julgada, condenada à prisão pelo resto de sua vida, talvez mesmo executada. E, assim, não haveria como impedir que Roberto se apossasse da companhia.
Um guarda uniformizado se aproximava, e Carolina tratou de se virar. As ruas não eram mais seguras para ela. Seria fácil reconhecer seu rosto entre todos aqueles brancos. Existia um bairro em Nova York que era perigoso, mas não muito. Era o bairro perfeito para quem se escondia da polícia pelo que via nos filmes. Brooklyn. Mas hesitou. Era bem provável que fosse o primeiro lugar em que a polícia a procuraria. Haveria detetives por lá, com a sua foto, revistando as ruas, hotéis, restaurantes. Não, não seria seguro. Nenhum lugar era seguro. Nem mesmo ousava voltar ao hotel que passara a noite. 
O guarda já passara por ela, mas parou, olhando em sua direção. Carolina afastou-se, andando devagar, o cérebro em disparada, tentando determinar o que fazer. A situação parecia desesperadora, sua vida corria perigo. Todos a procuravam. Se a polícia não a prendesse, Roberto a pegaria. A rede das Industrias Batista era vasta, exercia uma influencia poderosa e Roberto usaria essa influencia para destruí-la. De repente Carolina teve uma ideia. Havia um lugar em que ninguém pensaria em procurá-la. Nem mesmo Roberto. Pela primeira vez, Carolina começou a sentir um raio de esperança.
Ela entrou numa cabine telefônica, pegou a enorme lista e se pôs a procurar um determinado número. A fábrica local das Industrias Batista ficava num vasto distrito industrial, em Queens, não muito longe do Aeroporto La Guardia.
Às duas horas daquela tarde, Carolina apresentou-se ao departamento de pessoal da fábrica. Saltara de um ônibus na frente da gigantesca instalação e ficara parada ali com um nó na gargante, olhando para a placa que tinha o sobrenome do pai e seu. Aquele seria o seu refúgio. Lera uma história sobre um homem que escondera uma importante carta ao misturá-la com outras sem importância, em cima de sua mesa. Ninguém pensara em procurar ali, pois ninguém pensaria em procurar Carolina na fábrica. Seria o último lugar que Roberto ou a polícia pensariam em revistar.
Carolina telefonara e marcara um encontro com o gerente pessoal, Sr. Watkins. Uma secretária entregou um formulário para Carolina preencher. Ela examinou-o e sentiu um aperto no coração.
Nome: Não podia dar seu verdadeiro nome.
Endereço: Não tinha endereço.
Telefone: Não tinha.
Local de nascimento: Era uma estrangeira aqui.
Ocupação: Fugitiva.
Parecera uma excelente ideia se perder como uma empregada entre centenas que trabalhavam na fábrica Batista. Mas aquilo... A secretária observava-a.
- Está com alguma dificuldade?
- Oh, não! - Carolina se apressou em responder.
Tornou a olhar para o formulário. Tinha de conseguir aquele emprego de qualquer maneira. Não havia qualquer outro lugar para onde pudesse ir. Precisava ganhar o suficiente para viajar até a Califórnia e falar com Eduardo Holmes. Levantou os olhos e constatou que a secretária ainda a observava. Carolina começou a escrever.
Ao terminar, seu nome era Carolina Hortência, nascera em Chicago, Illinois, e seu endereço local era o albergue da ACM. Sob experiência Carolina relacionou meia dúzia de empresas fictícias e inventou endereços em Chicago, Detroit e Denver. Levaria semanas para conferir todas as informações, e a esta altura ela já teria ido embora.
Dez minutos depois, Carolina entrou na sala do Sr. Watkinis. Era um homem gordo, de meia-idade, lábios vermelhos e grossos, e uma peruca que parecia exatamente com uma peruca. Ele examinou o formulário que Carolina entregara e comentou:
- Você parece muito jovem para ter toda essa experiência que registrou aqui.
Carolina experimentou um momento de panico. Relacionara empregadores demais? Watkins balançou a cabeça, contrariado, enquanto acrescentava:
- E nunca ouvi falar dessas empresas.
O que não era de admirar, já que não existiam.
- São muito pequenas, senhor.
Watkins soltou um resmungo.

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