A PERSEGUIÇÃO. Capítulo 2 - Informações demais para apenas uma Carol Batista.

Fanfic / Fanfiction de Justin Bieber - A Perseguição. - Capítulo 2 - Informações demais para apenas uma Carolina Batista.
- Aceita mais um café?
- Não, obrigada.
A 7316.92 km de distancia, numa aprazível comunidade suburbana de São Paulo, Carolina Batista comia o seu desjejum. Carolina era uma garota bonita, 18 anos, nem alta e nem baixa, um rosto sensível, olhos brilhantes e inteligentes. Herdara a força do pai e a gentileza da mãe, uma combinação que a tornava muito especial. Fora a primeira de sua turma na escola secundária. Era uma líder natural, como sua mãe também fora. Ex- capitã da equipe de vôlei da escola, era popular entre os colegas. Gostava de dançar e, de vez em quando, se não estava ocupada com os deveres de casa, frequentava as casas noturnas.
A família Batista era uma das mais ricas e poderosas do mundo, mas Carolina não se deixava impressionar por isso. Julgava as pessoas por seus méritos como indivíduos e tinha muitos amigos. Fora criada para acreditar que a decência e a integridade eram as maiores realizações na vida, e possuía um profundo senso de honra. 
Carolina passava as férias dividas; trabalhando na fábrica Batista em São Paulo, antes de ingressar na universidade. Tinha o mesmo talento do pai para a eletrônica, e idéias próprias, que tencionava pôr em prática um dia. Já o outro tempo das férias, ia para as maravilhosas praias brasileiras com os amigos.
Agora, quando Carolina terminava o desjejum, seu tio Roberto Sato, e sua tia, Angela, entraram na sala. Carolina levantou-se.
Carolina gostava da tia Angela, irmã de seu pai, não tinha feições muito atraentes, mas era uma mulher gentil e atenciosa. Estava sempre adejando ao redor, como um passarinho, agradando aos outros, alimentando-os, divertindo-os.Parece um beija-flor, pensou Carolina. Sempre em movimento.
Carolina gostava menos do tio. Roberto Sato era alto e magro. Tinha cabelos pretos como carvão, um rosto encovado, a boca fina e, na opinião de Carolina, uma alma mesquinha. 
Havia no tio uma frieza calculista, quase uma certa crueldade, que perturbava a garota. Algum tempo atrás, Carolina ouvira rumores de que Roberto decidira casar com Angela só para poder ingressar na poderosa família Batista. Com o passar do tempo, o pai de Carolina dera ao cunhado uma posição importante, como diretor financeiro do conglomerado, mas mesmo assim Roberto parecia sempre insatisfeito. Era brilhante, não havia a menor dúvida quanto a isso, mas era um brilho de que Carolina desconfiava. Tinha a impressão de que o pai se orgulhava da qualidade dos produtos que fabricava, enquanto o tio Roberto parecia interessado apenas nos lucros.
- Posso lhes oferecer um desjejum? - Perguntou Carolina.
- Não, obrigado.- A expressão de Roberto era de preocupação.- Infelizmente, nós lhe trazemos péssimas notícias. 
Por um instante, Carolina sentiu que o coração parava.
- O que aconteceu?
- Sua mãe e seu pai morreram num acidente de avião ontem á noite. Acabo de receber a notícia.
Carolina fitou-o na maior incredulidade, envolvida por um senso de irrealidade, os pais não podiam ter morrido, era impossível! Só podia ser um pesadelo, e a qualquer momento ela ia despertar. Roberto acrescentou:
- Pelo que me contaram, foi morte instantânea. Não podem ter sentido qualquer dor.
Mas Carolina sentia dor agora. Sentia todo o horror e a agonia que os pais deviam ter sofrido nos momentos finais, antes de morrerem.
- Eu...- Carolina sentiu que ia desfalecer. Respirou fundo, numa tentativa de recuperar o controle.- Onde foi?
- Nas montanhas Apalaches, no leste dos Estados Unidos. Seu pai viajava para a inauguração de uma nova fábrica.- Roberto passou o braço pelos ombros da sobrinha.- Você, sua tia Angela e eu partiremos para a lá amanhã de manhã. Traremos as cinzas de seus pais para uma cerimônia fúnebre e apropriada aqui. A jovem acenou com a cabeça, incapaz de falar.
Carolina não tinha ideia de quanto tempo os tios permaneceram ali, conversando com ela. Falaram palavras de amor e conforto, mas para Carolina eram apenas sons que entravam por um ouvido, saíam pelo outro, sem qualquer significado. O pai e a mãe continuavam vivos em sua mente, falando com ela, amando-a, fazendo planos para o futuro, como sempre acontecera.
Sabe por que os nossos negócios cresceram tão depressa, Carol? Porque somos melhores do que os outros países em alguns quesitos. Porque nos importamos mais. Somos afortunados por termos nascido brasileiros. Em outros países, os trabalhadores fazem greves durante todo o tempo. Pensam apenas em si mesmos. No Brasil, somos todos de uma só família, e o que é bom para um é bom para todos.
Carolina recordou a ocasião em que, aos 12 anos de idade, procurara o pai para uma conversa séria.
- Pai, tenho uma idéia que acho que é boa.
- Diga-me qual é, Carol.
- Sabe como uma brisa pode acionar um moinho de vento para gerar energia?
- Sei.
- Pois se um automóvel anda a noventa ou cem quilômetros horários, por que esse vento não pode ser usado para acionar engrenagens no motor, a fim de que não precise de tanta gasolina?
O pai escutara com a maior atenção.
- É uma ideia muito interessante.
E depois, com extrema paciência, explicara a Carolina os princípios do coeficiente da perda de energia e da dinâmica da engenharia mecânica. A ideia de Carolina era inviável, mas o pai a fizera sentir que pensara em algo brilhante.
Eduardo Holmes, que era o gerente-geral de todas as fábricas Batista nos Estados Unidos, visitava São Paulo na ocasião. Durante o jantar, naquela noite, o pai de Carolina relatara, orgulhoso, a ideia da filha. O que fizera com que Carolina se sentisse bastante crescida.
Holmes era um homem enorme e gentil, que sempre dispunha de tempo para Carolina e seus problemas. Trazia presentes para Carolina quando vinha a São Paulo, eram presentes criativos, que estimulavam a imaginação e os sonhos da menina. Passava horas conversando com a garota sobre as operações das Industrias Batista.
- A companhia será sua um dia - Dizia Eduardo Holmes. - Por isso, deve aprender tudo o que há para saber a respeito.
- Não encha de ideias a cabeça da minha sobrinha. - Protestava tio Roberto. - Ela ainda tem de terminar a escola, e é nisso que deve pensar.
O pai de Carolina sorria e comentava, diplomático:
- Ambos estão corretos. Primeiro, a escola, e depois Carol assumirá seu lugar nas Indústrias Batista.
Uma tarde, pouco antes de voltar para a América do Norte, Eduardo Holmes dissera a Eike Batista:
- Você deve levar Carolina para conhecer os Estados Unidos.
O pai de Carolina balançara a cabeça em concordância.
- É o que planejo. Assim que minha filha completar 18 anos, eu a levarei para visitá-lo.
Isso acontecera um ano antes. E agora, pensou Carolina, amargurada, estou com 18 anos, e irei á América do Norte pela primeira vez, mas para buscar as cinzas de meus pais.
E ela chorou.

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