BELIEVE TOUR. Capitulo 59 - 14 de Janeiro de 2016.

Fanfic / Fanfiction de Justin Bieber - Believe Tour. - Capítulo 59 - 14 de Janeiro de 2016


As horas iam se passando e os convidados iam se despedindo de mim, um pouco cansada decidi me despedir dos que ainda restavam e inclusive da minha família que estava posta a mesa da sala de jantar conversando, avisei meu avô de que subiria para tomar banho.
Quando adentro meu quarto fico o contemplando, estava arrumado e perfumado. Meu canto predileto de descanso, o único lugar no mundo que eu me sinto protegida de todos os problemas, meu pequeno mundo. Encosto a porta e vou em direção a minha cama, me sentando na mesma de frente a um móvel espelhado que continha meus objetos pessoais como porta retratos, livros, anotações, tudo organizado. Vejo então algo que antes eu não tinha no meu quarto pendurado na parede, um painel metálico rosa com imãs animados e fotos no mesmo. Levanto-me indo observar o novo item e observando no mesmo fotos de Angelina e meu sorriso fica de orelha a orelha. Havia também dois desenhos feitos por ela contendo eu e Justin de mãos dadas com ela.
Algo me intrigou de repente me fazendo sentar com urgência na minha cadeira ligando meu laptop. Por um segundo pensei que ele não fosse ligar, talvez estivesse há muito tempo sem ser usado, ou talvez alguém possa ter usado. Eu poderia ter pegado meu celular caso eu tivesse um ou soubesse onde colocaram o meu “antigo” celular. Assim que o mesmo liga olho diretamente na data e fico espantada, dia 14/01/2016 – quarta-feira. Meu Deus do céu isso é algo um pouco assustador, eu estava em 2013 ainda ontem. Eu sei que dois anos se passaram desde o meu acidente, mas ainda assim é assustador olhar a data marcando que estamos no mês de Janeiro de 2016. Começa a surgir perguntas e mais perguntas na minha cabeça, qual o dia do meu acidente? Qual dia Angelina nasceu? Abro meu navegador abrindo na página do Google e pesquiso: Acidente de Hágata Christian. Em questão de segundos o Google me fornece variados links de muitas fontes sobre o meu acidente.
Dia 10 de Dezembro de 2013 foi o dia em que tudo aconteceu, o dia em que eu descobri a minha gravidez e o dia em que eu me acidentei. Procurei o que causou o meu acidente e ninguém soube dizer o que era a não ser a entrevista que meu avô dera dizendo que havia me encontrado no final da escada, então a hipótese considerada correta fora uma queda da escada provocando fortes lesões.
Apaguei “Acidente de” da caixa de texto deixando somente meu nome, aparecendo então tudo a meu respeito e inclusive um link do Wikipédia com um perfil meu. Procurando e procurando entre todos os links que falavam sobre o acidente, encontro a matéria que citava Rafaella. Cliquei no link abrindo em um blog qualquer de notícia sendo direcionada na matéria selecionada. Lá estava a matéria contendo uma reportagem com Rafaella dizendo que não havia ficado sabendo do acidente e ao postar os áudios e vídeos na internet fizera por amor a amiga, o que a mídia diz não entender é o amor de amiga que Rafaella sente por mim, “Por que uma amiga que ama a outra faria algo tão cruel como expô-la ao mundo sobre um problema tão grave?”.  Então tudo acontecera de verdade, bem como o doutor dissera. Comecei a me recordar da conversa que tive com Dr. Gabriel sobre pacientes no coma e as capacidades destes.
- Doutor por que eu tive esse sonho? Eu juro, foi tão real. – falei desapontada e curiosa.
- A explicação eu não sei, na verdade ninguém sabe, não conseguiram realizar estudos explicando o porquê, mas foi comprovado que as pessoas em coma podem escutar e sentir. Você por exemplo nos deu muito trabalho. – ele sorriu.
- Sério? – espantei-me e ele soltou um riso.
- Você sabia que você é uma pessoa expressiva? Suas caretas são um máximo. Você é divertida! – ele tocou meu nariz rapidamente com o indicador – Você já deve ter ouvido muitas vezes a história de pessoas que voltaram da morte e passaram por um túnel de luz. Nesse estado, o cérebro ainda funciona e produz milhares de imagens e ouve os sons de seu ambiente, e sente-se quando tocado. – explicou-me e eu entendi.
...
- Entendi. Dr. Gabriel e quanto ao que fizeram para me manter por esses dois anos?
- Bom, nós tivemos um monitoramento através das maquinas, bateria de exame, e para te alimentar era através de uma espécie de cânula. Durante o coma não há tomada de consciência de fenômenos como sede, frio ou calor. A sensação existe, mas a pessoa não está consciente delas. O mesmo acontece com a dor. Muitos respondem a estímulos, como picadas no braço, embora nós médicos acreditamos que não tenham consciência da situação dolorosa. Alguns pacientes são capazes de responder a estímulos ambientas como movimentos faciais que expressam dor ou desconforto. É importante garantir que não passem por situações desconfortáveis.
- Que foda. – falei e ele riu.
- Ainda tem mais, por meio de exames é possível documentar o quanto o paciente ouve, mas não é possível dizer se as informações são processadas como se estivesse acordado. E sobre a chance de voltar, diminui com o tempo. Quanto mais tempo o paciente permanecer sem resposta, maior é a dificuldade de recuperar-se e aumenta a chance de sequelas. Depois de 12 meses, a chance é bastante pequena. Você é um milagre!
Eu devo ter ouvido alguém comentando sobre Rafaella e as notícias no quarto e criado situações parecidas na minha cabeça vivendo-as. Isso é extraordinário!
- Mamãe? – ouço uma vozinha gostosa atrás da porta do meu quarto me fazendo olhar para a mesma.
Angelina surge na porta e eu inclino um pouco a tela do laptop para baixo assim que ela começa andar em minha direção.
- Oi meu amor. – digo carinhosa e a pego fazendo-a se sentar comigo, no meu colo virada de lado em minha cadeira giratória.
- Estou com frio e soninho. – diz ela manhosa me fazendo sorrir.
- Quer dormir? – pergunto e ela afirma balançando a cabeça – Mas antes vamos tomar um banhinho quente? Eu te dou o banho. – falei e ela sorri.
- Posso dormir com você mamãe? – ela me pergunta antes de descer do meu colo para irmos ao meu banheiro.
- Mas é claro que pode meu amor. – sorrio a ela que sorri por poder dormir comigo, meu Deus eu a amo.
Levanto da cadeira, fecho o laptop e pego em sua mãozinha indo para o banheiro do meu quarto. Ao entrar no mesmo vejo que também esta limpo e perfumado. Olho para a banheira pensando em liga-la para Angelina, mas demoraria muito a encher e ela esta com sono. Observo que ao canto do banheiro há um trocador alto e cor de rosa, provavelmente já deram banho nela aqui e a trocavam ali. Pego Angelina no colo caminhando até o trocador colocando-a sentada no mesmo.
- Fica sentadinha quietinha que a mamãe vai tirar os sapatos e erguer um pouco a saia para não molhar, tudo bem?
- Sim mamãe.
Angelina educada fica como pedi me observando tirar os sapatos e erguer a saia prendendo-a na altura acima dos joelhos com dois nós de cada lado para não molhar dentro do box, quando o faço volto para minha filha pegando-a no colo e colocando-a de volta no chão tirando seus sapatinhos com cuidado enquanto ela se apoia em meus ombros por eu estar agachada, tiro seu vestidinho branco delicado e ela não se sente com vergonha de mim, até mesmo por ser uma criança, mas ela poderia se intimidar por eu nunca ter dado banho nela. Levanto-me e coloco as coisas de Angelina sobre a grande pia que tenho no banheiro.
- Vamos entrar no chuveiro? – ela afirma com a cabeça e caminha para dentro do mesmo e me junto a ela vendo que há um tapete de borracha rosa, deve ser para que ela não escorregue – Vou pegar alguma presilha para não molhar seu cabelo meu amor e uma touca.
Saio do box novamente e vou para a pia abrindo meu armário procurando por presilhas e as encontro. De repente me sinto um pouco fraca e com falta de ar, rapidamente me apoio na pia tentando não fazer movimentos bruscos para não assustar Angelina, me recupero respirando fundo e me apoiando com o corpo inclinado recuperando minhas forças. Olho para Angelina que tem o semblante um pouco assustado e sorrio a ela demonstrando estar bem.
- Não foi nada meu amor, só estou um poucochinho cansada igual a você.
- Cuidado mamãezinha. – afirmo com a cabeça sorrindo a ela – Papai trouxe minha toquinha rosa? – ela me pergunta.
- A mamãe não sabe filha. Onde geralmente vocês guardam suas coisas?
Ela aponta com a mãozinha para o armário debaixo da pia. Com cuidado vou me soltando da pia usada como apoio e abro o armário, encontrando a tal touca rosa e alguns produtos de bebe, feliz pela descoberta na hora certa os pego e volto para o box junto de Angelina.
Penso em colocar os produtos sobre o apoiador de shampoo e condicionador e o faço, recordando-me de que não lavaria o cabelo de Angelina por estar de noite e ela estar cansada, com sono. Deixo somente o sabonete do kit de produtos infantis ao meu lado no chão.
- Deixa a mamãe amarrar seu cabelo. – ela concorda virando de costas para mim, amarro seus fios dourados em um coque e coloco sua touca rosa sorrindo por vê-la animada com a situação.
Regulo a temperatura do chuveiro para água morna, ligando-o logo em seguida. Dou banho em Angelina sem demorar muito, lavo-a com seu sabonete com aroma de neném deixando-a incrivelmente cheirosa. Sem querer acabei me molhando um pouco com os respingos da água, mas não me importo. Saio do box para pegar as toalhas postas no acessório onde as coloco penduras, as empregadas deixaram tudo pronto para a minha chegada. Pego uma das toalhas, volto ao box enxugando Angelina com cuidado, embolo-a na mesma e a pego no colo saindo em direção ao closet. Pensaram em tudo todo esse tempo que não estive presente, pensaram no trocador no banheiro, os produtos infantis guardados no meu banheiro, na touca rosa da minha filha, com certeza deveria ter roupinhas dela no meu closet.
Entro no meu closet e vejo que nada mudou em relação aos meus móveis, poltronas, apoios para roupas e meu manequim também. Coloco Angelina em uma das poltronas e fico admirada com um sorriso em meus lábios por não só ver roupas de Angelina no closet, como também do Justin. Sigo a direção das roupas da minha filha abrindo gavetas abaixo de seus cabides encontrando uma gaveta de calcinhas infantis e ao lado pijamas. Fico morrendo de fofura por ver um macacão de pijama com animações e o escolho. Por fim troco Angelina e a deixo sobre a minha cama, ligo a televisão para ela.
- Espere um pouquinho aqui no quarto que agora é a vez da mamãe tomar um banho para podermos dormir e descansar. Tudo bem?
- Uhum mamãe.
Sorrio a ela deixando-a sozinha no quarto, caminho ao banheiro fechando a porta antes de me despir. Fico me observando nua em um espelho que vai do teto ao chão dentro do banheiro. Estou muito magra, estou tão branca que posso estar parecendo um fantasma, quando eu remover a maquiagem não quero nem ver a aparência do meu rosto. Eu preciso marcar uma nutricionista urgente, um personal treiner, preciso me recuperar logo, e também tenho as fisioterapias com a enfermeira que virá em casa. Caminho até o box, o fecho, ligo o chuveiro e deixo a água descer pelo meu corpo inteiro, desde os fios do meu cabelo ao dedo do pé. Lavo meu cabelo com os vidros novos de shampoo e condicionador, realmente pensaram em tudo, logo em seguida me lavo, não quero demorar por medo de sentir cansaço no banho e por ansiedade de ficar um tempinho tranquila com a minha menininha linda. Termino o mesmo, saio do box, pego uma toalha e me enxugo, não encontrando meu roupão que sempre ficara pendurado ou dobrado no banheiro, me enrolo na toalha mesmo. Saindo do banheiro para ir ao closet me dou com Justin Bieber sentado na minha cama enquanto Angelina conversava com seu pai e mexia no celular dele.
- Eu não sabia que estaria aqui. – falei tímida, não queria que Justin me visse dessa forma, afinal meu corpo esta um horror e é visível mesmo estando com a toalha – Vou me trocar. – falei rápido indo ao closet com pressa.
Coloquei minhas roupas intimas, procurei por uma calça de pijama e uma camiseta confortável. É tão bom usar suas roupas, estar na sua casa, no seu aconchego, eu não estava gostando do hospital. Deixo a toalha sobre qualquer móvel, amanhã cedo a empregada irá recolher. Voltei ao quarto e Justin estava distraído com Angel.
- Você esta bem? – ele me perguntou calmo.
- Sim. – sorri como resposta – Só um pouco cansada.
- Deite e durma, você precisa. Ficou o dia todo gastando energia. – dei risada, Justin e sua preocupação.
- Vou sim.
- Vamos deixar a mamãe descansar filha? – ele pergunta a Angelina.
- Eu vou dormir com ela papai, pela primeira vez. – ela da um sorriso bem grande e eu não pude deixar de sorrir.
Juntei-me a ela no mesmo instante do meu lado da cama, e beijando a bochecha dela estalado fazendo a rir.
- Tem como eu descansar melhor? – falei sorrindo e Justin sorria.
- Eu vou tomar um banho então garotas. Boa noite durma com Deus e sonhem com os anjos. – ele diz se despedindo e saindo do quarto sorridente.
Era para eu esperar Justin dormir comigo? Não sei. Não somos um casal, deve ser por isso que ele foi para o outro quarto. Eu tenho minha filha aqui comigo, não tenho o que reclamar, obrigada Deus. Ajeitei-me melhor na cama, desliguei as luzes do quarto deixando que a luz da televisão fosse a única iluminação.
- Tem problema a mamãe ter apagado as luzes?
- Não mamãe, você esta comigo eu não tenho medo então.
Sorrio e beijo o topo de sua pequena testa, a abraço e digo boa noite em um sussurro e que a amo antes de cair no sono. 

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