Pov. Hágata.
- Hora de acordar princesa. – pude ouvir uma voz que jamais deixaria de reconhecer falar bem baixinho perto do meu ouvido.
Abri meus olhos deparando-me com uma claridade absurda, pisquei algumas vezes seguidas tentando me acostumar com a quantidade de luz. Layla soltou um risinho e em seguida disse:
- Hora de ir para casa! – ao ouvir isso sorri – Já arrumei todas as suas coisas.
Quero minha casa, meu quarto, minha cama, minhas coisas, meu lugarzinho na varanda, minha paisagem de todas as tardes, minha praia, meu mar, meu ponto de paz.
- E ai, como você esta se sentindo?
- Bem.
- Ótimo!!
- Cadê Justin? – perguntei preocupada ao observar que ele não estava mais do meu lado.
- Foi tomar café com Pattie. Como foi a noite? – ela começou a fazer caretas maliciosas, eu mereço hahahaha.
- Boa. Adormecemos juntos. – meu sorriso deve estar imenso.
- Fico feliz!! – Layla esta empolgada – Vocês dois há de ficarem juntos.
- Tomara. Angelina veio junto? - perguntei empolgada para abraçar minha anjinha perfumada.
- Pattie me disse que ela ficou dormindo.
- Ahh... - fiquei um pouco desapontada, queria vê-la, mas me contentarei para vê-la em casa.
- Quer tomar banho agora ou depois quando chegar na sua casa?
- Prefiro tomar em casa, assim me livro dos restos desse hospital.
- Tudo bem então. Vamos te trocar, pode ser? Ou não precisa de ajuda?
- Quero tentar fazer isso sozinha.
- Tem certeza?
- Só fique perto caso eu me sinta fraca.
- Tudo bem. – Layla assentiu.
Sentei-me na maca, aos poucos fui virando-me para o lado, descendo minhas pernas para poder ficar em pé enquanto Layla pegava minha troca de roupa dentro de uma bolsa. Por enquanto me sinto bem, peguei minha troca de roupa e tentei fazer isso da onde estava mesmo. Com um pouco de calma consegui me vestir, um vestido longo confortável.
- Ficou ótimo. – falou Layla sorrindo.
- Obrigada.
- Agora senta um pouquinho, trouxe um par de brincos e uma pulseira.
Assim ela fez, colocou os brincos em mim e também a pulseira que por sinal eram lindas. Estou impressionada com a roupa que Justin escolheu para eu vestir, estou tão confortável e ele pensou direitinho. Sinto-me a vontade por estar com as pernas e braços cobertos. As roupas já eram minhas, já as joias nunca as vi antes. Observei Layla pegando as maquiagens em sua bolsa.
- Por favor, nada exagerado. – pedi.
- Pode ficar tranquila.
Continuei na mesma posição para que minha melhor amiga me maquiasse, confiando no trabalho dela. Assim que estava pronta ouço batidas leves na porta, peço com a voz alta para que entre e Dr. Gabriel Prado surge na porta.
- Como vai a minha paciente preferida? – o sorriso lindo estampado no rosto, socorro.
- Bem doutor. – sorri de volta para aquele lindo homem.
- Você esta linda. – ele disse se aproximando de mim do outro lado da maca, onde eu me encontrava sentada.
- Obrigada. – respondi tão sem graça como nunca estive antes.
- Estou feliz por ver que esta saindo firme e forte. – ao falar isso apenas sorri e Layla enquanto isso ia guardando as coisas se fazendo de surda e muda amém - Passei aqui só para me despedir de você, é uma pena ter conversado tão pouco com uma pessoa que cuidei todos os dias durante dois anos.
- Sorte a sua. – Layla se intrometeu, estava demorando.
- HA HA HA – dei uma risada super sarcástica – Não vive sem mim.
- Não mesmo. – ela falou e o doutor riu.
- Eu sempre serei grata a você por ter me mantido viva todo esse tempo doutor, muito obrigada com toda a minha sinceridade do fundo do meu coração. Na verdade o meu agradecimento não tem significado nenhum diante de tudo o que fez por mim.
- Não me agradeça. – sorriu gentil – Agradeça a Justin que impediu a todos neste hospital de desligar os aparelhos, eu havia perdido minhas esperanças a muito tempo, pois são tantos os casos horríveis de toda essa luta que travamos ser em vão.
- Você é uma pessoa incrível. – quando menos esperei saltei da maca dando um abraço nesse homem incrivelmente cheiroso.
Ouço novamente batidas na porta e antes que eu pudesse pedir para abri-la Justin surge entre a mesma e vejo Pattie logo atrás. Sorrio automaticamente ao me lembrar que esta noite dormimos juntos, mas ao analisar sua feição fechada tratei de me desfazer do abraço do doutor por estar um pouco constrangida. Pelo o que eu soube Justin já discutiu várias vezes com o Dr. Gabriel, então vamos evitar a ultima discussão dos dois, o que seria muito desagradável já que é a minha despedida do hospital.
- Bom eu já estava de saída moça bonita. – ele diz carinhoso segurando a minha mão esquerda a beijando levemente – Eu desejo muita saúde, amor, paz e sucesso na sua vida, espero nos reencontrarmos um dia, você é o encanto em pessoa! Foi um prazer participar desse milagre, torço por muitas histórias engraçadas com a sua filha, vocês duas tem muito que curtirem juntas. – ele dizia todo sorridente e com os olhos marejados – Olha o que você fez comigo moça bonita! – ele ri sem graça referindo-se aos seus olhos marejados e o abracei rindo.
- Muito obrigada por tudo o que tem feito nesses dois anos, você é o melhor médico do mundo e merece um grande reconhecimento pelo seu trabalho e eu o farei muito em breve. Obrigada pelas palavras carinhosas, pela energia positiva, pelos poucos momentos engraçados aqui no quarto, você é incrível e o prazer é meu por ter estado em boas mãos o tempo todo. Deus sabe o que faz! – o abracei novamente e o senti me envolver com um pouquinho de força.
- Por favor, uma foto! – Layla disse já com o celular em mãos, sorri com sua atitude e limpei meus olhos que estavam marejados também, olhei para Gabriel de relance e ele tinha um sorriso lindo estampado em seu rosto, soltei um riso e passei meus dedos sobre seus olhos limpando as lágrimas fazendo-o rir junto a mim e logo em seguida nos posicionamos para a foto.
Justin e Pattie estavam no canto do quarto observando a cena, Pattie tinha um sorriso nos lábios e seu filho sorria sem mostrar os dentes. Doutor Gabriel me soltou de seu abraço que foi pose para a foto, despediu-se de Layla abraçando-a e faz o mesmo com Pattie logo em seguida. Ao chegar diante de Justin, Dr. Gabriel sorri e estica a mão para um cumprimento, Justin assim que o fez fora surpreendido por um abraço de Gabriel.
- É Bieber, chegou o dia pelo qual você tanto esperou, o dia pelo qual tanto brigou nesse hospital. Sua fé é extraordinária, se não fosse por você Hágata não estaria aqui hoje. Fico fortemente comovido por lembrar da maneira como você se agarrou às suas orações. Se você não fosse esse pai nervoso - Justin da uma risadinha junto de Gabriel - , certamente eu teria desligado Hágata a muito tempo. Desculpe-me por qualquer momento, por qualquer coisa, desejo muita saúde para todos vocês, muito amor, muita alegria na vida de todos vocês. Muito sucesso cara, você é totalmente o oposto do que toda a mídia diz e eu posso provar isso a quem quiser. Manda um beijão para a princesinha, diz que eu vou guardar muitos pirulitos de coração para ela caso um dia volte aqui para fazer uma visita.
- Que isso Doutor, eu é que peço desculpas pelos momentos que o ofendi em momentos de nervoso, fico grato pela paciência que teve comigo e com toda a minha família e com a família de Hágata também. Seu trabalho foi incrível, continue assim, salvando vidas como fez com a vida daquela garota linda ali. - Justin sorria - Pode deixar que mandarei seu beijo para Angelina, voltaremos sim para uma visita, aliás você que ajudou a dar a vida para a minha filha. Obrigado por tudo cara e desculpe-me por tudo também.
Os dois se abraçaram novamente e o Dr. Gabriel me lançou um beijo no ar saindo pela porta acenando, até breve, pensei comigo mesma. Olhei para Justin que veio até mim me tendo em seus braços confortáveis. Sinto-o afagar meus cabelos e o ouço sussurrar em meu ouvido:
- Ora de voltar para a casa Angel. - o abracei com força segurando as lágrimas, sentindo seu perfume maravilhoso invadir minhas narinas, tenho um abismo e não uma queda por homens cheirosos.
- Obrigada por tudo.
Assim que me soltei de seus braços foi a vez de Pattie me envolver em um abraço maternal.
- Você está linda querida! - sorri como agradecimento e a abracei mais uma vez.
Olhei para atrás e me voltei para Layla a abraçando também, eu a amo, ela é sem sombra de dúvidas a irmã que eu nunca tive. Momentos depois Justin ajudava Layla com as bolsas, carregando-as em um braço enquanto o outro envolvia a minha cintura.
Quando caminhávamos para fora do hospital, rumo ao estacionamento onde eles estavam me guiando, ouço muitos gritos e então o sensor da porta se abre ao nos aproximarmos, uma corrente de seguranças estava formada com uns 8 homens até a porta de um carro preto que logo o reconheci, era o meu carro e então sorri. Olho ao meu redor e vejo vários cartazes e um certo tumulto de garotas gritando, paro o corpo fazendo Justin parar já que ele me envolvia com seu braço, meu sorriso fica largo de orelha a orelha por notar que se tratava das beliebers gritando meu nome. Não pude deixar de sorrir com os cartazes coloridos e frases positivas das mais variadas como "feliz por estar de volta Angel", em volta do meu apelido havia asas de anjo desenhadas, "Você é forte e nós sabíamos disso o tempo todo", "Deus é incrível, você também", "Justin & Hágata para sempre agora", "Angelina igual ao papai, Never Say Never, a anjinha conseguiu", "Acreditar sempre", entra tantas outras. Sinto Justin me puxar suavemente para continuar andando até o carro ao notarmos luzes de flashs, os paparazzi estavam presentes.
Logo menos já estávamos dentro do carro, Layla fora para o banco da frente e ao seu lado me surpreendo por ver meu querido amigo e motorista Emanoel, Manono. Um senhor humilde e sorridente, seu sorriso simpático estava gigante. Me curvei na tentativa de um abraço.
- Oh minha menininha, que saudade que eu estava de você. - ele disse já com a voz embargada, esse homem me carrega para todos os lados que preciso desde que nasci.
- Manono que felicidade por te ver de novo. - agarrei seu pescoço em um abraço o fazendo rir.
- Não perde o costume de criança. - rimos e eu o soltei.
Emanoel é como um tio, sempre me levou para o colégio quando criança, esta na minha família há anos, desde que minha mãe era criança para se ter uma noção. Ele já passou cada uma comigo, quantas vezes liguei para esse meu parceiro favorito nas madrugas para me buscar bêbada nas baladas? Tantas histórias, ele é demais.
Assim que o soltei, Emanoel se ajeitou no banco de motorista novamente e ligou o carro nos tirando do tumulto do hospital. Volto a minha posição no banco traseiro do carro, me aconchegando nos braços de Justin, não vejo a hora de chegar na minha casinha.
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