SECOND SEASON - A Perseguição. Capítulo 2 - Aflita na terra do seus sofrimentos.

Doze horas e quarenta minutos de voo, no horário de Brasília, piso em solo estadunidense às dez horas da manhã e alguns minutos, mas tirando quatro horas por conta do fuso horário de Los Angeles, são seis horas da manhã e alguns minutos, quase sete, encontro com Eduardo Holmes dentro de um carro empresarial que estava à minha espera.
— Olá Carol, quanto tempo não nos vemos minha querida. — Sou abraçada por Eduardo.
— Que saudade que eu estava. — Digo feliz por vê-lo.
— Fico muito feliz que tenha vindo. — Há um sorriso alegre em seu rosto. — Como fora o voo?
— Tranquilo, dormi a maior parte dele graças aos remédios.
— Tomou remédios de que? — Ele se toma preocupado comigo.
— De enjoo, talvez eu estivesse ansiosa demais e não gostaria de passar mal. Seria péssimo. — Dou uma risada fraca e sinto-o mais tranquilo. — Não tomo calmantes e outras drogas, despreocupe-se Holmes.
— Que bom Carolina.
Com o automóvel em movimento em meio ao transito californiano, indago-me para onde estamos indo. Será para o meu apartamento alugado por Eduardo? Estou faminta, tomei apenas um suco e comi uma fruta servida no meu jato a caminho para cá.
— Para onde estamos indo? — Pergunto.
— Para o seu apartamento Srta. — O motorista me responde, já que Holmes encontra-se no telefone com sua esposa, ele avisou-me antes de atendê-la.
— Muito obrigada. — Agradeço gentil. Olho para o lado e vejo as ruas movimentas de Los Angeles, vejo então um homem tomando café enquanto anda. — Podemos parar em algum lugar para tomar café da manhã antes de irmos para o meu apartamento, senhor...? — Pergunto por seu nome ao mesmo tempo em que pergunto se podemos fazer o que pedi.
— Jerome. — Ele sorri simpático. — É claro que podemos. O que a Srta. Preferir!
Volto minha atenção aos carros e pedestres da cidade, sempre todos tão apressados para ir a algum lugar. Por que deixamo-nos sermos vencidos pelo tempo? Eduardo termina de falar ao telefone, desligando o mesmo.
— Ela está animada e ansiosa para vê-la. — Ele diz tomando então a minha atenção.
— Diga que também estou. — Sorri a ele.
— Hana disse que quer preparar um almoço ou um jantar para você.
— Diga que irei com toda certeza. Quando?
— Quando quiser.
— Tudo bem. — Afirmo. — Pedi ao Sr. Jerome que passe antes de me deixar no apartamento, em uma cafeteria.
— Sem problemas. Há um excelente café próximo ao condomínio do seu apartamento.
Conversei com Holmes o caminho todo até o café, onde fizemos nossos pedidos e permanecemos sentados ainda conversando. Apreciei tudo, a cidade, os habitantes, alguns turistas tirando fotos, a maneira como todos falam rápido ao meu redor e notei não ter tanta dificuldade quanto na primeira vez para entender o que falam o que é ótimo.
— Por que tive que vir tão repentinamente para cá? — Indago Eduardo.
— Como seu auxiliar pessoal, tenho notado as incríveis estatísticas do andamento mundial das Indústrias Batistas. Seu trabalho tem sido ótimo, Carolina. Talvez seja hora de descansar. — Ele diz calmo, e tenho que concordar trabalho bastante, mas não há nada que possa fazer além de trabalhar e manter esse vasto império.
— O que mais posso fazer a não ser trabalhar? Não posso mais curtir a vida como antes. Tenho que ter responsabilidade e maturidade. Não há tempo para brincadeiras.
— Oh minha menina Carolina. Que orgulho de você, aposto que seus pais estão orgulhosos donde estiverem. Amadureceu tão cedo, rápido demais, e não a culpo. — Há preocupação em seu olhar e um sorriso em seus lábios. — Não seja por isso que você tenha que parar a sua vida.
— Não entendo. — Suspiro fundo.
— Logo você irá começar a entender. — Ele diz sereno, esticando o braço e acariciando paternalmente meu ombro.
— Temos algo para fazer hoje? Digo alguma reunião marcada? Algo agendado para que eu possa fazer aqui? — Eduardo ri de mim, sorrio para acompanha-lo.
— Não Carolina. Hoje não. O dia é seu! Aproveite que está cedo, vá fazer o que quiser explore algum lugar como sempre gostara de fazer, talvez compre algo, você está de férias por um tempo. — Rio fraco, abaixando meu olhar focando-me no guardanapo de papel decorado.
— Por quanto tempo? Eu... — Sou interrompida por ele que ri balançando a cabeça negativamente.
— Por tempo indeterminado. Acalme-se Carolina! Estou tomando conta por você.
— Não posso me afastar da empresa. — Estou começando a ficar nervosa, não quero, não posso e não vou me afastar da minha empresa, não consigo.
— Você não se afastará, poderá trabalhar sim, através do seu laptop e aparelho celular ao mesmo tempo em que descansa sua cabeça.
Acalmo-me quando ele diz-me que terei a possibilidade de trabalhar a distância, só que me faltava ser privada disto. Ele não poderia fazer isso, até mesmo porque eu escolho o que é melhor para mim, tudo bem que ele seja o meu braço direito agora, mas eu decido quando tiro férias e faço o que bem quiser. Por que ousei vir para cá? Por quê? Não deveria ter dado ouvidos a Eduardo neste momento.
— Disseram-me que seria difícil convencê-la. — Ele diz dando-me um abraço antes de sair pela porta da cafeteria, deixando-me sozinha no local.
O que Holmes quis dizer? Quem disse isso a ele? Quem está por trás disso tudo? Há alguém planejando por trás dessa viagem? O que é que estão planejando? Oh Deus, proteja-me de todo o mau, amém. Agarro-me a minha bolsa que segundos antes estava sobre a poltrona ao meu lado, não posso ficar sem meus documentos, dinheiro, nada.
Antes de sair, Eduardo deixara cinquenta dólares sobre a mesa, ele pagou a conta. Aceno para a garçonete que nos atendera, preocupada saio do local. Vejo Jerome próximo ao carro com a postura ereta, esperando por mim. Aproximo-me e ele abre a porta para que eu entre no veículo.
— Onde está o Sr. Holmes? — Indago Jerome.
— O Sr. Holmes sorridente tomou um taxi e foi para a empresa, ele precisa trabalhar.
Sorridente? O que há de errado? Há algo errado? Estou preocupando-me atoa? Ele está tão sereno, em paz, talvez eu esteja nervosa demais por estar longe de casa em um lugar que já sofri bastante, e esteja criando confusões desnecessárias. Preocupações e precauções nunca são demais, devo tomar cuidado de todos os jeitos, não estou em casa. 

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