SECOND SEASON - A Perseguição. Capítulo 1 - CEO's life.

Fanfic / Fanfiction de Ian Somerhalder - SECOND SEASON. A Perseguição. - Capítulo 1 - CEOs life.

Estar no mundo dos negócios, gerenciando-os praticamente sozinha ainda tendo que lidar com a falta que meus pais fazem para mim, está sendo difícil e não tão sufocante quanto fora no início. Sempre contei com a ajuda do homem que sempre fora um dos meus preferidos desde criança e me ajudara quando mais precisei, Eduardo Holmes. Um homem grande e gentil, que sempre dispõe de tempo para mim e meus problemas. Passava horas conversando comigo sobre as operações das Indústrias Batista quando eu era menor.
— A companhia será sua um dia. — Dizia Holmes. — Por isso, deve aprender tudo o que há para saber a respeito.
— Não encha de ideias a cabeça da minha sobrinha. — Protestava tio Roberto. — Ela ainda tem de terminar a escola, e é nisso que deve pensar.
Meu pai sorria e comentava diplomático:
— Ambos estão corretos. Primeiro a escola, e depois Carol assumirá seu lugar nas Indústrias Batista.
Uma tarde, pouco antes de voltar para a América do Norte, Eduardo Holmes dissera a Eike Batista:
— Você deve levar Carolina para conhecer os Estados Unidos.
Meu pai balançara a cabeça em concordância.
— É o que planejo. Assim que minha filha completar 18 anos, eu a levarei para visitá-lo...
Eduardo fala comigo constantemente por e-mail ou ligação para tratarmos dos negócios. Ele sempre fora braço direito de meu pai nos negócios, seu melhor amigo que a vida lhe pudera dar e agora era meu braço direito e um exemplo a ser seguido. Continua sendo o gerente-geral de todas as fábricas Batista nos Estados Unidos.
Três anos se passaram desde a minha ida aos Estados Unidos e todos os ocorridos. Eu deveria ter ido para a faculdade, deveria ter escolhido algum vestibular interessante para passar, mas não o fiz e nem pude. O destino realmente é certo, sabe quando e onde fazer as coisas acontecerem. Assim que terminei o ensino médio, tudo aconteceu virando uma bola de neve, desde o terrível acidente com meus pais à minha perseguição de Nova York a Los Angeles. Não tive tempo nem para me preocupar com faculdade quando voltei ao Brasil, estava tomada de coisas para resolver sobre os negócios que estavam totalmente em minhas mãos e de mais ninguém. Não tive nem mesmo tempo para pensar em Justin, o belo rapaz alto, dos cabelos castanhos claros puxados para o dourado, dono dos pares de olhos caramelados que me encantaram com pouco tempo. Ele me procurou algumas vezes, ligando-me e mandando e-mails querendo saber se eu estava bem e em segurança. Conversamos algumas vezes, contamo-nos nossas novidades e com o tempo deixamos de nos falar. Quase hesitei em imaginá-lo comigo algumas vezes, mas esses pensamentos foram tomados de mim quando caia a minha realidade corrida de negócios.
O tempo não me deixou escapar de ter alguns relacionamentos, alguns mais intensos do que outros, porém desgastantes. Guardo Bieber como um dos romances mais lindos e curtos que já tive, creio que nunca pude ser tão eu com outra pessoa a não ser com ele, talvez tenha sido por conta das circunstancias daquela época ou por causa da minha idade, era nova demais e também não tão madura quanto hoje. Digo a mim mesma que ele fora um dos meus contos de fadas, com todo heroísmo dele junto da gratidão que guardo por tudo que tenha feito.
Continuo morando na casa que sempre morei, pensei em me mudar várias vezes para tentar não me sentir triste por saber que estou morando sozinha e que o quarto de meus pais nunca mais será ocupado. Mas é exatamente o que me prende na casa, o cheiro das roupas deles, o cheiro deles em todos os cantos daquele quarto, a casa decorada a maneira de minha falecida mãe, cada detalhe fora deixado por eles e eu não gostaria de perder estes detalhes, afinal foi o que me restou deles, nossas lembranças registradas na casa. Fui aconselhada milhares de vezes pela minha psicóloga a me desfazer das coisas de meus pais, que um dia ou outro isso terá de acontecer, mas agora não é hora, eu não consigo agora. Agora... Não parece que três anos já se passaram voando. O tempo é surpreendente.
No início foi difícil administrar as coisas, difícil acostumar com o poder todo em minhas mãos, mas o tempo fora meu amigo dessa vez, fui me acostumando pouco a pouco com os fatos e tomei as rédeas, agora estou no controle de tudo como uma verdadeira CEO. Nesses três anos tive grandes avanços e atualmente planejo a abertura de novas lojas. A empresa tem tido até então um excessivo crescimento, me orgulho, pois não faço mais do que a minha obrigação. Ganho mais de duzentos mil dólares por hora, converta para o real e veja o valor do meu lucro. Definitivamente não sei o que fazer com tanto dinheiro, tenho de tudo o que preciso, por isso faço doações para instituições de caridade.
Meu tio está preso em uma penitenciaria de segurança máxima, isolado do mundo e de todos. Minha tia fora presa também, não queria que fosse presa, era uma mulher gentil e atenciosa. Estava sempre adejando ao redor, como um passarinho, agradando aos outros, alimentando-os, divertindo-os. Parecia um beija-flor, sempre em movimento.  Ela era submissa ao marido de uma forma que sempre me incomodara, tinha medo do mesmo e com razão, um monstro em forma de homem. Fora presa por ser culpada de cumplicidade aos planos de meu tio. Já não tinham muito e perderam o que pouco se tinha como a casa, carros, e até mesmo o dinheiro de suas contas bancárias. Tudo o que eles tinham, e eu pude, doei a uma instituição de caridade. Theo Abraham, o advogado da família e amigo de meu pai quando o mesmo tinha vida, deixou-me ciente que se haja a possibilidade que é bem mínima de Roberto Sato e Angela saírem antes do tempo de pena estipulado, eles teriam de recomeçar a vida do zero, pois tudo o que tinham não era mais de seus direitos.
A minha rotina nesses anos tem se resumindo em trabalho e mais trabalho. Acordo cedo todos os dias e vou para o meu centro empresarial, passo horas e horas do meu dia sentada na minha sala, na minha cadeira, assinando papeis, checando e-mails importantes, indo a reuniões de negócios. Chego a minha casa tensa de tanto trabalho, mas sei que é preciso, tiro um pouco de tempo para descansar às vezes, me permito relaxar fazendo pilates nos dias da semana no fim da tarde, saindo para correr de manhã nos sábados e domingos, e quando tenho tempo relaxo assistindo a algum filme ou lendo um bom livro. Há tempos que não saio como saía antes com meus amigos do colegial. Mantenho contato com todos através das redes sociais, converso com alguns pelo chat do Facebook, recebo de vez em quando visita deles no final de semana para algum jantar ou almoço. A maioria está na faculdade, alguns estão como eu, ajudando seus pais em seus negócios.
Tenho me sentido mais velha do que minha idade condiz, vinte e um aninhos. Se eu tivesse um irmão, uma irmã, alguém próximo para contar com apoio creio que as coisas seriam mais fáceis, mas não, sou eu por eu. Eu e uma fortuna incontável na conta bancária e de bens espalhados pelo mundo. Nunca me deixei impressionar por isso, sempre julguei todos por seus méritos como indivíduos. Fui criada por meus pais para acreditar que a decência e a integridade são as maiores realizações na vida, e possuo um profundo senso de honra que não deixa de serem imperceptíveis afinal todos já me disseram isso.
Em mais um dia cansativo de trabalho, assim que eu estava por sair da minha sala o telefone começa a tocar, estranho. Quem ligaria a essa hora e que secretária permitiu a transferência da ligação para o telefone principal sem me avisar? Pego o mesmo sobre a grande mesa e atendo.
— Quem gostaria? — Pergunto.
— Carol, sou eu, Eduardo. — Permito-me ficar tranquilizada.
— Olá, como vai?
— Bem graças a Deus e você?
— Trabalhando muito, sabe como está sendo para mim.
— Imagino lhe conheço desde quando ainda estava na barriga de sua mãe. — Dou risada por tal recordação.
— O que me dá a honra de receber sua ligação essa hora?
— Trago-lhe boas notícias. Você há de vir aos Estados Unidos. — Eu ri sem humor.
— Eu não posso no momento, mas agradeço o convite.
— Mas é claro que a senhorita pode. Liguei mais cedo e não lhe encontrei, avisaram-me que estava em reunião, então tratei de conversar com os secretários e enquanto você ficará fora para descansar, eu estarei cuidando dos negócios.
— Eu realmente lhe agradeço de coração por tamanha preocupação, mas ficarei aqui mesmo, trabalhando.
— Me avisaram que você se dedicaria tanto a ponto de não se permitir descansar. — Ele deu uma risada gostosa de ouvir, fazendo-me esquecer da curiosidade espontânea sobre o que dissera. — Já lhe aluguei um apartamento, o seu jato Silver Arrow estará a sua espera esta noite. A não ser que prefira ter uma noite tranquila de sono e queira viajar na manhã seguinte, Carolina. — Fiquei pensando, talvez eu estivesse mesmo precisando viajar.
— Você planejou tudo isso sozinho? — Ri por ele se preocupar comigo.
— Não exatamente.
— Então quem o ajudou? — Pergunto curiosa.
— Carolina minha querida, tenho que desligar. Vá para sua casa e mande-me uma mensagem sobre sua opção de voo. Tenha uma boa tarde, nos vemos em breve!
Eduardo Holmes acabara de desligar a ligação deixando-me criar milhares de perguntas sobre quem o ajudara a planejar essa viagem maluca e de última hora. Saio de minha sala dando risada sozinha sobre o que acabara de ocorrer, confesso que brotou em mim certa animação para viajar, há muito tempo que não viajo. Despeço-me de meus empregados antes de adentrar o elevador, desço o mesmo até a entrada do grande edifício e meu motorista estava no meu aguardo.
Durante o trajeto até a minha casa faço uma ligação, cancelei meu pilates. Chegando a minha casa agradeço meu motorista e recolho-me ao meu quarto, dou-me o direito de jogar a bolsa sobre a cama ficando animada. Será que Eduardo Holmes já fez a programação da minha viagem? Será que não? Por que não me avisara com antecedência? Com certeza devo pensar em algo divertido. Envio uma mensagem para Eduardo de que desejaria o voo para esta noite, sem delongas ele responde-me avisando o horário que o jato estará a minha espera.
Um banho é a melhor alternativa para conter minha possível ansiedade. O que esta viagem pode me proporcionar? Estados Unidos, o que você está me guardando? Recordo-me da minha ida a este país e um calafrio percorre minha espinha. Fora tanto sufoco, pensei por segundos que não pudesse escapar viva, e aqui estou. Por um momento penso em Justin, penso em Charles, penso em um possível reencontro, lembrando-me quão dolorosa fora minha partida no dia em que despedi deles. Seria uma boa ideia revê-los? Um e-mail? Uma ligação?  Nervosa por imaginar revê-los, espanto tais pensamentos de minha cabeça. Deixarei por conta do destino, esse sempre nos surpreende. 
Às nove horas da noite deixei minha casa, às dez horas da noite o meu jato decolou.

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