Só Deus sabe o quão doloroso foi me despedir
da minha filha, que é e sempre será a minha maior prioridade. E também foi
doloroso me despedir de Hágata de tal forma, eu queria que as coisas fossem
diferentes. Passei a semana toda tentando expressar o que eu sinto por essa
mulher, tentando explicar o sentimento que brotou em meu peito esses dois anos
ao cuidar dela. Mas eu não sou o cara que consegue vomitar tudo o que pensa e
sente de uma vez só, eu sou o cara que preciso ir aos poucos falando o que se
passa na minha cabeça. Eu estava confiante de que daria certo o plano de formar
uma família com Hágata, pois todos dizem que ela me ama mesmo eu nunca tido a
oportunidade de provar desse amor pessoalmente. Eu estava errado e devo
entender Hágata, realmente tudo é novo para ela e onde eu estava com a cabeça?
Enfim, agora ela tem a filha e Angelina à tão sonhada mãe, espero que tudo de
certo, afinal as duas merecem esse tempo.
Alfredo veio comigo, contou-me que nem se
despediu de Hágata, afinal estava passando os dias na casa de Layla. Ela irá
ficar chateada. Mas não o culpo, foi tudo de última hora.
Chorei um pouco no avião, digo um pouco para
não dizer o quanto eu chorei na verdade. Estranho voltar para a casa sem a
minha companheirinha de viagem. Angelina será filha de pais separados, vai
passar por toda aquela transição de ficar um pouco com um e um pouco com o
outro, isso me preocupa, quero que ela tenha sempre nós dois ao seu lado.
Hora ou outra durante o voo me recordava do
quanto a minha menininha esta ficando crescida e mais inteligente do que já é.
Hora ou outra pensava no quão frango eu estou, lamentei por isso, sinto falta
da presença de uma mulher na minha vida, desejo carnal grita às vezes, mas eu
me controlo, tenho uma filha e não posso ter a vida que levava antes, só na
farra.
Dormi a maior parte do voo, certamente irei
aterrissar com o rosto inchado e não deixarei que nenhum paparazzo me flagre.
Já é de noite e me encontro sentado no sofá da
sala de estar da minha imensa casa que costumava ser barulhenta por causa de
Angelina, e que agora se tornou silenciosa. Minha única companhia é o meu copo
de uísque. Estou perdido, e não sei o que pensar, nem o que falar, como será
daqui para frente? Será essa droga que esta agora? Se esse é meu primeiro dia,
imagina os outros, estou perdido. Respira Bieber, se controla.
- Vai mesmo ficar sentado nesse sofá
lamentando o fato da sua filha estar passando uns dias com a mãe dela? – Ouço a
voz grossa de Usher atrás de mim, movo minha cabeça e o olho.
Solto um longo suspiro, Usher dá a volta no
longo sofá parando na minha frente, tira o copo de minhas mãos e coloca o mesmo
sobre a mesa de centro logo atrás dele, penso em reclamar, mas será em vão.
- Vamos lá garoto. Não vai ser a bebida que
vai te ajudar a se sentir melhor.
- Ouve só. – Pedi fazendo um gesto de silencio
e ele me obedece. – Ouviu?
- Ouviu o que Bieber?
- Exatamente isso, esse silencio
enlouquecedor. Eu não sei até quando vou aguentar.
Usher tem um sorriso nos lábios. Como ele pode
sorrir diante da minha situação?
- Calma lá rapaz, Alfredo conversou comigo e
com Scooter já que alguém não atendeu nossas ligações. – Eu não os atendi, saí
do aeroporto quando cheguei e me tranquei na minha casa.
- Eu pensei que precisava ficar sozinho.
- Definitivamente ficar sozinho não é o que
você precisa. Você não quis conversar por celular, nem me atender, então aqui
estou. Agora me diga, é medo? Qual o seu medo?
Balanço a cabeça, eu não sei definir meu medo
exatamente. São tantas coisas na minha cabeça que me sinto zonzo às vezes. Nem
mesmo sei se se trata de um medo.
- Medo de que Justin? Medo de perder a sua
filha? – Ele dá risada. – Você nunca vai perder Angelina meu rapaz, olha o
grande homem e pai que você se tornou. É sentimento de rejeição? Falei com a
sua mãe, como foi com ela?
- Você se refere à Hágata?
- De quem mais?
- Doloroso. Não pensei que pudesse me machucar
de tal maneira como foi. É estranho, até mesmo louco. Como eu pude me apegar
nessa garota que nem estava consciente todo esse tempo? – Parei um tempo
analisando toda essa situação na minha cabeça. – Loucura total.
- Loucura?
- Sim.
- Se você chama de loucura, eu chamo de amor.
Ninguém teria se disposto a fazer metade do que fez por essa garota, a cuidar
da forma como cuidou.
Dou uma risada totalmente sem humor.
- Amor. Minha mãe disse o mesmo no dia que
Hágata acordou e me pegou no quarto dela antes de ir ao hospital. Não creio ser
amor Usher. Como é possível amar algo que nem se conhece? – Olho para Usher que
tinha a cara mais obvia do mundo e eu não entendi.
- Me diga você. Eu não sou pai ainda.
Bum! Ele sempre sabe o que dizer e me fazer
refletir.
- Você amou Angelina antes mesmo dela nascer,
antes mesmo de saber se seria possível ela nascer e você ainda me pergunta como
é possível amar algo que nem se conhece? – Ele dá risada. – O amor não se cria
Justin, o amor nasce dentro de nós. – Ele bate duas vezes nas minhas costas se
retirando da minha frente. – Vá tomar um bom banho e se trocar, nós vamos sair.
– Então Usher sai do mesmo cômodo que eu.
Permaneço mais alguns segundos na sala, um
sorriso brota em meus lábios. Esse cara sabe sempre me dizer as coisas e nos
momentos certos. Estou reflexivo.
Após um bom e demorado banho, apronto-me e
encontro com Usher a minha espera no hall de casa onde há algumas poltronas
enfeitando o mesmo.
- Vamos.
- Para onde nós vamos?
- Ninguém é obrigado a continuar sentindo
saudade de você quando você mesmo se encontra de volta a Los Angeles. – Dou
risada de seu comentário já imaginando onde possivelmente ele ira me levar.
Fomos até o carro de Usher que estava
estacionado na minha propriedade. Dentro do carro ao dar partida ele me olha e
diz:
- A única coisa que resta é você conseguir
admitir para si mesmo é que você realmente ama essa garota. – Ele diz isso me
dando uma piscadela e partindo com o seu carro para fora da minha garagem.
Balanço a minha cabeça concordando apenas por
fazer, ligo no mesmo momento o rádio do carro a fim de fugir do assunto. O
resto do caminho todo foi descontraído. Quando já nos aproximávamos do destino
que era um edifício residencial, não reconheci.
- Quem mora aqui?
- Calma que você verá.
Usher me deixa curioso. Assim que o carro é
estacionado descemos do mesmo, caminhando na direção da entrada do prédio.
- Olá Sr. Usher. – Um senhor simpático, o porteiro,
cumprimenta Usher.
- Olá. – Usher responde no mesmo tom.
Aceno com a cabeça para o mesmo senhor e sigo
Usher até o hall onde chamamos pelo elevador. O 9° andar foi o nosso
selecionado. Alguns segundos depois a porta do mesmo se abre me dando a visão
de uma sala bem decorada.
- Olha quem voltou!
- Scooter!! – Comemoro ao vê-lo.
Sou acolhido por um abraço paternal de Scooter
que me sacode como se eu fosse um garoto ainda. Vejo Yael, esposa de Scooter,
se aproximar com o meu afilhado mais lindo do mundo, Jagger. Ah, não contei
para vocês?
Scooter também se tornou pai, porém esse ano.
Casou-se há um ano com Yael, ele esta muito feliz.
- Olha quem esta em casa filho. – Yael fala
com Jagger. – Titio Justin.
Vou todo babão na direção de Yael, cumprimento-a
com um beijo rápido no rosto pegando logo em seguida Jagger de seu colo. Parece
um pacote cheiroso, enroladinho em sua manta azul bebe lembra-me de Angelina
desse tamanho. Amo Jagger como se fosse meu filho.
- Quem é o meninão do titio? – Brinco com
Jagger em meus braços que fica me encarando com seus olhos arregalados, que
olhos lindos. – Não me canso de admirar o quão calmo ele é. – Digo para Scooter
e Yael.
- Calmo com você. – Yael diz-me sorridente. –
Minha tia foi pegar ele no colo, ele abriu um berreiro, Justin. – Dou risada.
- O Senhor que não atende celular chegou? –
Reconheci em questão de segundos a voz de uma pessoa muito importante para mim,
que surge na sala a qual estamos.
- Mama Jan! – Exclamo. – Que alegria em vê-la
Mama Jan me abre um de seus sorrisos
simpáticos, deposita um beijo em minha bochecha como cumprimento, pois tenho
Jagger em meus braços.
- Ele é mesmo um tio babão. – Mama Jan comenta
arrancando nossas risadas.
- Quem mais esta aqui? – Pergunto.
- Nós e mais duas pessoas que você vai gostar
de ver. Estão lá fora te esperando.
Mama Jan se retira e vou atrás dela com Jagger
ainda em meu colo, amo essa criança.
- Quando se mudaram? – Pergunto por ver por
ver um porta-retrato com a foto de Scooter e Yael segurando o Jagger.
- No
início da semana. – Scooter me responde. – Foi uma surpresa para todos, por
isso não te contei.
Admiro o lugar.
- Muito bom e bem grande.
- É bem espaçoso. Depois te mostro o
apartamento todo.
- Ok.
Chegamos a uma varanda espaçosa, com uma vista
incrível da cidade iluminada de LA. Na mesa de vidro vejo as duas melhores
pessoas da minha vida, meus avós.
- Querido!!
É tão bom estar em casa.
---------------------------------------------------------------------------------------------------------
NOTAS FINAIS:
Eu estou incrivelmente feliz pelo fato de ter esse blog, essa história louca para escrever, leitores incríveis que não deixam de comentar e criticar. Um dia desses conversando com a minha mãe, descontraindo no Starbucks, comecei a contar sobre a vez que meu capitulo sobre o pai de Hágata ajudou umas leitoras (não vou citar aqui, mas elas sabem a quem estou me referindo), o que me deixa mais feliz é o fato da minha mãe estar me apoiando e me instigando a continuar escrevendo. Isso é realmente muito bom! Vejo vocês na próxima continuação. O que será que tem por vir?? Um beijão da Thá. ♥
Nenhum comentário:
Postar um comentário