Uma semana se passou desde o almoço
maravilhoso que tivemos. Eu não sei o que dizer do que se passou, minha cabeça
tem um turbilhão de pensamentos ao mesmo tempo, eu não sei o que fazer o que
pensar. Tenho tido fisioterapia todos os dias, como uma aula relaxante de
pilates para ir fortalecendo meus músculos cada vez mais. Minha filha dorme
comigo todas as noites e eu estou amando isso, esta sendo incrível a afinidade
que criamos uma com a outra e eu me acostumei depressa com a sua presença. Tem
momentos que fico perdida quando estamos a sós em casa e ela desaparece, sinto
medo de perdê-la. Pattie é uma das mulheres mais doces do mundo, tão maternal
comigo e eu não posso deixar de agradecê-la, tem me servido como um ombro
amigo. Layla veio me visitar quatro vezes, mas trocamos mensagens e fotos todos
os dias, ela esta saindo com Alfredo, soube que ela terminou com o Leo. Por
enquanto Layla me diz que ela e Fredo são apenas bons amigos, bons amigos que
tem um futuro lindo pela frente, estou prevendo e são lindos juntos. Meu avô
tirou a semana de folga, se desligou dos negócios e passou o tempo todo comigo
e com Angelina. Meu pai veio me visitar duas vezes, já minha mãe cinco vezes,
eu contei. Meus pais são os avós mais atenciosos que já vi, meu pai nas vezes
que veio em casa permaneceu-se entretido totalmente com a neta, fico feliz por
vê-lo sorrir enquanto brinca com a minha filha, já minha mãe resolveu vir me
ajudar com a neta e como esperado trouxe presentes. Nicholas como sempre sendo
o melhor irmão do mundo e também um excelente baby-sitter. Vocês devem estar se
pergunta onde Justin entra nessa rotina, não é? É.
Justin e eu tivemos bons momentos juntos essa
semana, posso garantir que ele é romântico, um excelente pai, cuidadoso,
preocupado e incrivelmente fofo. Não dormimos nenhuma noite juntos, houve
somente uma noite que eu já havia posto Angelina para dormir, e vagando pelo
corredor em direção as escadas fui pega de surpresa por ele subindo a mesma.
Ficamos conversando bastante, fui para um dos quartos de hóspedes, o qual ele
estava ocupando, sim nos beijamos em seu quarto em meio à conversa.
“Eu me
surpreendo quando paro e penso o quanto o fato de estar aqui com você e com a
nossa filha tem me deixado bem. Eu gostaria tanto de dizer todas as coisas que
se passam na minha mente em relação a você Hágata, eu não consigo dizê-las
agora, só lhe garanto que a sua presença esta me fazendo feliz. E seria louco
eu dizer que estou gostando de você e não é de agora?”.
Eu gostaria mesmo de dizer que esta tudo indo
bem, na verdade esta sim, mas não tenho certeza de que esta tudo bem.
Entendam-me, por favor.
É confuso para mim todo esse carinho e afeto
que Justin tem expressado, eu acabei de voltar de um mundo surreal onde nós
dois mal nos conhecíamos. É obvio que eu estou amando tudo o que ele tem feito
por mim, ele é incrível. Não estou jogando-o fora, não estou não, eu só preciso
respirar e ter um tempo para assimilar. Até agora não tive tempo para crer que
acabei de acordar de um coma, que eu perdi a fase mais gostosa de uma filha
linda, que eu engravidei justo do meu ídolo, não é fácil, não esta sendo fácil.
Eu só quero um tempo, eu o amo tanto e não quero me entregar assim tão fácil,
eu não vivi tudo o que ele viveu nesses dois anos, acredito em todas as
palavras proferidas por ele quando diz que sente algo por mim, eu só preciso do
tempo no momento, esperar a ficha cair digamos assim.
Tenho conversado muito com Pattie quando
Bieber sai para fazer alguma coisa mínima ou até mesmo quando gosta de tirar um
cochilo depois do almoço (não me canso de zoar ele o chamando de velho), tenho
dito a ela tudo o que se passa na minha cabeça e buscado ajuda para entender a
cabeça de seu filho e inclusive a minha. Sei de tudo o que ele passou, ela me
disse que não foi fácil, e eu me sinto em parte culpada, em parte não, em todas
as partes, por completo, por inteiro. Eu o amo, mas essa paixão dele me deixa
insegura. Confuso demais, eu sei. Eu o amo cegamente, sou louca pelo Bieber de
uma forma assustadora e faria de tudo para sempre estar em seus braços, mas é
justamente isso que me deixa angustiada. O meu amor por ele é imenso, e o meu
amor não se contentaria em não ser correspondido da mesma forma, eu preciso que
ele me ame e isso não esta acontecendo. Não o culpo não nos conhecemos. Mas
agora eu não consigo criar um relacionamento, não consigo nem mesmo me adaptar
com o fato de que eu estava vegetando por dois anos. São muitas as coisas com
as quais preciso dar prioridade, muitas novas responsabilidades sendo jogadas
nas minhas costas, não que eu esteja reclamando, eu quero essas
responsabilidades, as preciso, e eu digo que preciso retomar a minha vida e me
preocupar com a minha filha.
Contraditório da minha parte, a garota que
estava preocupada em criar uma criança sem pai, que considerava isso a maior
injustiça do mundo, agora quer ter a chance de criar sua filha sozinha, sem o
pai. Ser mãe solteira, ter um filho sem um pai antes era o meu maior pesadelo,
e agora parece a coisa mais certa a se fazer, mas as circunstâncias mudaram,
são outras. Angelina viveu um bom tempo ao lado do pai, sei o quanto sentiu a
minha falta todo esse tempo e isso me corta o peito, eu quero a minha filha
para mim, quero um tempo só meu e dela, eu quero ser a mãe dela, a mãe que ela
sonhou por tanto tempo, eu quero a minha filha em primeiro lugar. Não pensem
que sou imatura, sei bem que as coisas não são simples assim e que querer não é
poder, e eu tenho muito medo ao mesmo tempo. É justamente pelo fato de ter
vivido somente com o pai que torna as coisas complicadas, eu fico imaginando e montando
planos de como será viver só nós duas que me esqueço por uns segundos que ela
tem sentimentos e não é uma boneca, ela esta acostumada a ter o pai por perto a
todo instante, não seria fácil dizer adeus e mudar de casa, é uma mudança
drástica e radical para uma criança que ainda nem completou dois anos inteiros
de idade. Eu não quero colocar a minha filha em situação de escolha, não quero
que ela tenha que escolher com quem ficar com o pai ou a mãe. E se ela não me
escolher? Eu não poderia viver com o fato de viver longe dela e ter que
visita-la, eu a quero para mim, só para mim. Justin obviamente poderia
visita-la quando quisesse.
Sou despertada de meu devaneio com Justin
pigarreando logo atrás de mim, agora é de madrugada, esperei que Angelina e
todos da casa dormissem para poder vir para cá.
- Você disse que queria conversar comigo. –
ele diz.
- Sim.
O olho caminhar e sentar-se na poltrona de
área com almofada bem a minha frente, estou pensativa, não tenho certeza do que
tenho que falar a ele, não quero machuca-lo, nem mesmo que me odeie. Ele me da
seu olhar de preocupação, por Deus que vontade de sentar sobre seu colo e
beijar seus lábios até o dia clarear, o que levaria horas, já que são quase 3
horas da manhã.
- Eu não sei como te dizer isso... – penso e
por fim respiro fundo.
Coragem Hágata.
- Eu estou confusa Justin. – ele me olha sem
entender – Eu amo você. – seus olhos brilham – Mas eu não posso tê-lo agora
comigo. – penso logo em ver seu rosto de decepção, mas pelo contrário, ele se mantém intacto.
Penso que olhar para as minhas mãos ou até
para as minhas unhas seria um dos meus atos involuntários, mas meus olhos estão
presos em seu rosto e as palavras vão subindo uma por uma na minha garganta
quase me fazendo engasgar. Quero que ele me entenda.
- Tudo isso é novo para mim, e eu estou amando
a semana que tivemos, foram tantas emoções boas, tantas surpresas que eu não
tive tempo para mim mesmo. Eu ainda não consigo assimilar o fato de ter uma filha incrível e não ter estado aqui, não consigo acreditar que eu acordei
antes de ontem, depois de dois anos. É tão difícil. – paro um pouco sentindo as
lágrimas ameaçarem sair e não as quero rolando pelo meu rosto agora – Você me
disse coisas lindas todos esses dias e eu me sinto a pessoa mais sortuda do
mundo por isso, mas é que para mim é tudo completamente novo. Eu o amo
intensamente Justin, o amo há tanto tempo, sem nem mesmo te conhecer. E então
eu estou dormindo vivendo uma vida no ano de 2013, vivendo momentos com você
como dois estranhos se conhecendo e em parte aquilo estava bom. De repente eu
acordo e descubro todo o seu sofrimento e seu sentimento por mim. E eu no
momento preciso digerir uma coisa de cada vez. – seu maxilar estava travado.
Justin muda a posição de seus braços para
roçar o queixo com seus dedos, desvia seu olhar de mim e analisa a madrugada
gelada talvez pensando em dizer algo ou só analisando o que acabei de dizer e
imaginando onde quero chegar com essa conversa, Senhor ajude-me, não quero
magoá-lo.
- Aonde você quer chegar com essa conversa
Hágata? – sua voz estava mais grossa, mas seu tom não me enganou, ele deixou um
vacilo escapar e percebo que tens vontade de chorar.
- Minha prioridade maior é Angelina. – digo de
uma vez por todas, sem rodeios nenhum e o vejo entrelaçar seus próprios dedos –
Por favor, não me entenda mal. Eu a quero tanto, eu quero ser a mãe dela, a mãe
que ela sonhou por tanto tempo, eu quero a minha filha em primeiro lugar. Eu a vejo dormir tranquilamente ao meu lado, suspirando fundo em um descanso tão
bom, eu não consigo colocar na minha cabeça que eu não estive aqui por dois
anos, se soubesse o tanto que isso esta me machucando com certeza entenderia.
Justin tem seus olhos marejados e meu desejo é
acolhê-lo e faze-lo ficar bem. Ficamos em silencio por pouco tempo até que ele
se pronuncia.
- Eu poderia te dizer tantas coisas Hágata, eu
poderia te dizer o que me machuca, eu poderia dizer-lhe muitas coisas. – ele
fecha os olhos por alguns segundos e respira fundo – Mas eu não vou, eu sei
o que ela passou todo esse tempo sem você. Converse com ela amanhã, pois eu o
farei somente depois que você o fizer.
Suas lágrimas escorrem pelos olhos e eu me
seguro para não agarrá-lo e tê-lo são em meus braços, me seguro para não saltar
em seu colo e toma-lo para meus cuidados enquanto descubro seus machucados para
curá-los. E antes que eu termine de me segurar, Justin se levanta dizendo o Boa Noite mais seco de toda a minha vida
e então fico sozinha novamente na varanda.
Cruzo minhas pernas e as protejo com meus
braços, encaixo meu rosto entre elas respirando fundo, calma Hágata, você sabia
que não seria fácil, acalme-se. No começo é tudo um mar de rosas, uma hora ou
outra eu iria chorar de tristeza. Eu o amo tanto. Permaneço por uns longos
minutos pensando na minha vida, nas minhas metas, as quais eu teria de
refazê-las, pensado no lado bom de tudo isso e se Angelina aceitara morar
comigo, eu estou disposta a fazer o impossível por ela.
Resolvo voltar para dentro
e ir deitar. Passando pela cozinha vejo Pattie tomando um copo d’água.
- Ele acabou de subir para o quarto. – ela diz
triste.
Eu gostaria de abraça-la, mas não o faço, abaixo a cabeça e vou para o meu quarto. Chego ao mesmo e contemplo
meu anjo dormir tranquilamente na minha cama, deito-me ao seu lado e a abraço
apertado antes de fechar os olhos.
No dia seguinte desperto e fico feliz
por ver Angelina ainda dormindo toda relaxada, pego meu celular no criado-mudo
e fico surpreendida por conseguir acordar cedo mesmo tendo dormido tarde noite
anterior. Disposta a levantar deixo minha pequena dormindo e trato de
tomar um banho, escolher uma calça jeans, uma blusa e estava disposta a usar um
salto, foi uma semana de exercício físico, graças a estes eu não sinto tanto
cansaço como antes ao andar e fazer as coisas, me sinto mais forte. Hoje é
domingo, então não terei a companhia de Teresa logo pela manhã.
Quando volto ao quarto, pronta vejo Angelina
acordada com a televisão ligada, deitada no lado que agora se tornou
dela na cama.
- Bom dia meu amor. – digo.
- Bom dia mamãe.
- Vamos descer para tomar café da manhã?
- Preguiça. – ela resmunga manhosa e eu dou
risada, tão linda.
Sento-me na cama e ela me dá sua atenção.
- Filha, a mamãe quer conversar com você.
Ela se senta igual mocinha pronta para me dar
ouvidos, como não sorrir?
- A mamãe e o papai não podem morar juntos por
enquanto. – digo cautelosa, não quero assustá-la.
- Por que mamãe?
Ouço leves batidas na porta que logo se abre
nos dando a visão de Justin que me olha com um sorriso forçado, então peço que entre.
- Estou conversando com ela. – digo.
- Me desculpe se quiser espero lá fora.
- Prefiro que fique. – sorrio a ele e ele não
me devolve seu sorriso.
Justin cai na cama tomando Angelina em seus
braços em um abraço de urso a fazendo gargalhar e murmurar “Te amo papai”, o meu coração então é
partido. Ouço o estalo do beijo que Justin dera na bochecha de Angelina e logo
se ajeita na cama, sentando-se ao meu lado, porém do outro lado.
- Mamãe. – ela me chama e eu estou a olhando
fixamente com um sorriso em meu rosto.
- Diga meu amor.
- Eu te amo.
A acolho imediatamente em meus braços e a
abraço apertado, eu a amo e daria a minha vida por ela.
- Por que você e o papai não podem morar
junto, mamãe? – ela me pergunta inocente e eu não olho para Justin, vamos
evitar contato.
- O papai trabalha bastante, e a mamãe tem a
carreira dela também. – Justin responde por nós.
Agora há um sorriso em seus lábios, mas o
conhecendo e da maneira como sempre reparei seu sorriso até mesmo em fotos sei
que aquele não é seu melhor sorriso, esta sorrindo apenas pela filha.
- Mas quando voltarem do trabalho ainda
podemos morar juntos. – ela diz santa inocência eu a amo.
- O papai trabalha longe, viaja bastante. –
digo – A mamãe ainda não voltou a trabalhar e nem sabe se vai voltar. – meu
rosto esta molhado, as lágrimas rolaram, acaricio o rostinho dela e coloco uma
mexa de seu cabelo atrás da orelha – Então a mamãe pode ficar em casa cuidando
de você. – sorrio com o sorriso largo que se abre no rosto dela.
- Eu vou viver todo dia grudadinha com a
mamãe, papai?
O primeiro sorriso verdadeiro surge nos lábios
dele.
- Sim minha pequena.
Ela comemora me fazendo ficar super feliz, eu
vou tê-la.
- Então o papai vai viajar sempre que puder
para poder te ver, tudo bem? Por causa dos shows, não posso ficar todo momento
com você. – ela concorda um pouco tristinha por saber que não vai ter o pai por
perto todos os dias como antes.
- A mamãe me leva quando eu sentir saudade da
nossa casinha em LA, papai.
- Sim minha filha. – ele diz – Dá um beijão no
papai, eu vou trabalhar. Tenho uma reunião com o tio Scooter assim que chegar a
LA. – eu o olho estranhando.
Como assim? Vejo Angelina pular no colo de seu
pai o esmagando em um abraço lindo, ele diz em seu ouvidinho que a ama, mas eu
consigo ouvir e ela no mesmo tom o responde. Emociono-me enquanto vejo tal
cena. Então seria assim, ele esta indo embora.
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NOTAS FINAIS: Vocês são incríveis e eu vi os comentários no AnimeSpirit na prévia do capitulo anterior. ♥